sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ismael Silva


Apesar de nascido em Niterói, foi lá pelo lados do Estácio, na década de 20, onde morava, que começou a compor e se tornou conhecido nas tradicionais rodas de samba do bairro, junto com outros gandes compositores da época, como Bide.
Em 1928, com os principais sambistas do Estácio, reuniu integrantes dos blocos de sujos existentes no bairro, e fundou a Deixa Falar, a primeira escola de samba do Rio de Janeiro. Segundo ele próprio, seria de sua autoria a expressão "escola de samba", por analogia com a Escola Normal existente no Estácio, bairro de onde saíram os "professores" de samba.

"Nasceu a Deixa Falar que tinha como organização
e exigência a presença de diversos elementos
que se perpetuam até hoje.
As baianas, exigência minha, o mestre-sala,
o porta-bandeira e destaques.
Não havia enredo no princípio
– no primeiro ano em que a Escola desceu –
saída do Buraco Quente, na Mangueira,
não havia nenhuma determinação temática
e para não dispersar e manter tudo certo,
arrumadinho, tivemos que criar o ritmo.
O segundo desfile já foi feito com enredo,
era uma versão nossa da Divina Comédia,
com baiana e tudo! "
Ismael Silva

A escola desfilou pela primeira vez em 1929 e depois nos carnavais de 30 e 31, , não chegando a participar do primeiro concurso oficial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, organizado em 1932 , pelo Jornal Mundo Sportivo.
Dizia, levantando polêmica, que o primeiro samba Pelo Telefone não era samba, era maxixe. Pra ele samba é batucada. Pelo Telefone, não era.
Ismael Silva fez belas canções sozinho ou com parceiros verdadeiros como Noel Rosa, já que vendia muitas canções ou parcerias pela vida difícil . Assim, foi o verdadeiro autor da maioria dos sambas de sucesso cantados por Francisco Alves, que lhe propôs a compra das composições, num acordo mais tarde desfeito.
Ao longo de sua vida passou vários períodos de afastamento e esquecimento, apesar do talento, mas sempre reaparecendo com sucesso, como aconteceu na década de 50 com o samba Antonico - depois de sumiço na década de 40 - ; após 64 no Zicartola e no Teatro Opinião.
Suas belas composições como Adeus, Se você jurar, dentre outras, até hoje são lembradas e cantadas.

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