A cidade do Rio de Janeiro tem um conjunto arquitetônico dos mais belos do país, mas há muito não ganhava um exemplar digno dos tempos atuais como ocorreu nas grandes capitais do mundo. Desde o ano passado, os belos traços do projeto do hospital da Rede Sarah dão o tom contemporâneo na arquitetura da cidade.
O projeto é do arquiteto carioca João da Gama Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé.
Lelé foi fundamental para a evolução da arquitetura nos anos 60, quando introduziu e desenvolveu a racionalização da construção com pré-moldados. Já em 1957, recém-formado, partiu para o Planalto Central, onde, juntamente com Oscar Niemeyer e Lucio Costa, trabalhou na realização do sonho da nova capital.
A obra do arquiteto carioca João da Gama Filgueiras Lima vai muito além de planejar edifícios. Tem características marcantes, somando simplicidade e eficiência, atenção ao meio ambiente e uma preocupação com o alcance social.
São de Lelé vários projetos importantes pelas principais capitais do Brasil. Lúcio Costa o definia como “técnico e artista” e disse certa vez que Lelé é o arquiteto que ele gostaria de ter sido.
Agora, de novo, seu traço genial premia o Rio.
A concepção arquitetônica do hospital carioca da rede Sarah integra princípios de organização do trabalho aos diferentes programas de reabilitação através dos amplos espaços dos com seus solários e jardins. Os blocos horizontais se conectam longitudinalmente, enquanto a interface com o exterior ocorre através do suave aclive e de grandes áreas ajardinadas. A cobertura retrátil do auditório tem forma esférica e é composta por gomos de alumínio e a posição excêntrica da cúpula do auditório permite a iluminação natural do palco. A passarela de acesso ao solário é ambientada pelo generoso espelho d’água, que ladeia o bloco de internações, resguardando o hospital de possíveis inundações resultantes da variação do nível da lagoa de Jacarepaguá. Lindas e objetivas soluções.
Algumas fotos do belo Hospital Sarah do Rio de Janeiro
O curioso apelido Lelé surgiu quando gostava de jogar futebol como meia-direita, a mesma posição de um jogador vascaíno, da década de 40, o Orlando Lelé. Atualmente, o arquiteto vive em Salvador e é coordenador técnico do Centro de Tecnologia da rede Sarah.
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