Início dos anos 50/ Postal /reprodução
Avenida Vieira Souto à altura do atual Posto 10
Dizem que pode existir outro endereço tão charmoso quanto.
Mas a "rua da praia de Ipanema" já definiram como a que " tem um estilo único de vida, que mistura descontração e status, grifes com chinelos de borracha, vidros blindados e água-de-coco".
Na avenida Vieira Souto tudo é superlativo. Um apartamento para a eterna e esplêndida vista da praia, e as Ilhas Cagarras mar adentro,custa entre 3 e 30 milhões de reais e taxa de condomínio, média, de 4 000 reais.
A Vieira Souto, uma homenagem ao engenheiro que projetou as ruas quando o bairro foi urbanizado, no fim do século XIX, começou a nascer quando a saturação de Copacabana levou a expansão imobiliária ao que era, até então, um pacato bairro de praia.
Vieira Souto, anos 30
Foto Internet/ reprodução
As construções originais da mais cara avenida do país foram casas e depois pequenos prédios de no máximo quatro andares, onde durante anos apenas dois edifícios destoavam : o Castelinho, o casarão neomourisco do cônsul sueco Johan Edward Jansson, inaugurado em 1904, e o JK, moderno prédio de cinco andares cujo tríplex serviu de residência ao presidente Juscelino Kubitschek e sua família pouco antes de Brasília.
Castelinho
Hoje dominam os prédios de fachadas envidraçadas. São 800 cobiçados endereços de gente tradicional e, também, de emergentes, e o calçadão da praia mistura famosos, ipanemenses das paralelas e transversais do bairro, forasteiros que vem de longe em busca do sol e do corpo saudável, nas caminhadas e corridas ao longo de seus 2,2 quilômetros.
Recentemente o último terreno da Vieira Souto - esquina com a Epitácio Pessoa - onde funcionou durante décadas o lendário Postinho (de gasolina) também ganhou um prédio. E colado à calçada, o projeto de restauração devolveu a vegetação nativa.
Mas a tradição, na avenida, também permanece. Lá está o palacete da família de Álvaro Alvim, apesar da reforma ter desfigurado sua arquitetura original.
Casa da família Alvim, sua arquitetura original
Também, nos seus 12 mil metros quadrados de área verde, o Rio de Janeiro Country Club desde 1916, que começou com um grupo de ingleses e americanos, funcionários da Light e da Botanical Gardens, e que por sua causa, a Light levou a linha do bonde, em 1922, pelo bairro até perto do Jardim de Alá, região que mais tarde ficou conhecida como Bar 20.
Vista áerea do terreno do clube nos anos 20
e suas quadras de tênis.
Foto internet/ reprodução
A curiosidade é que a nobre avenida nunca foi o endereço do clube, pois a praia ali em frente, à época, era tida como ruim para o banho de mar. Daí ,o endereço registrado Rua Prudente de Morais nº 1597, que se manteve. O clube que começou com vinte e poucos sócios - e não chegou aos mil - é exclusivo e conservador. Ainda submete os candidatos a sócios, a uma avaliação. Quem não se encaixa, leva bola preta – que, aliás, é um cubo e não uma bola.
Nessa avenida estão alguns dos prédios mais caros da cidade, como o Cap Ferrat.
No terreno que hoje é ocupado pelo edifício Cap Ferrat, entre as ruas Garcia D´Ávila e a Anibal de Mendonça existiu um lindo casarão do inicio do século XX.
Coisas da avenida mais charmosa da cidade.
Não repare, não mas eu sempre tenho algo a contar, aproveitando as suas informaçoes sobre o nosso querido Rio.
ResponderExcluirA respeito do Country Club, recordo-me que quando eu era rapaz fui com as minhas primas e amigas a um baile de formatura no Monte Líbano, cuja sede, na época, era na Praia Vermelha, lado oposto do Iate Clube. A festa estava bem desamimada, com poucos frequentadores. Um rapaz do grupo, filho de diplomata, falou que era sócio do Country e que lá estava ocorrendo a festa de formatura das alunas do Colégio Bennett. Que ele só conseguiria colocar lá dentro as moças; quanto a mim e a um outro, ele iria passar a conversa no porteiro. Eu trabalhava na Seção de Imprensa do Gab. do Chefe de Polícia e o meu conhecido era Comissário de Polícia e tinha o apelido de Délio Maluco ( bem apropriado o apelido...).
Umas 4 ou 5 moças seguiram no carro dele e eu, minha prima e o Délio ficamos na porta do Monte Libano tentando um jeito de seguir. Táxi aquela hora da noite seria dificílimo. Depois de algum tempo surgiu uma viatura da Rádio-Patrulha e o Délio fez sinal para que parasse. Os policiais disseram que estavam seguindo para Copacabana. O Délio falou que precisávamos ir até o Country e eles falaram que nos levariam até lá.
Pode-se imaginar a cena: uma moça com vestido de baile e os dois marmanjos com dinner-jacket, entrando em um carro da políciaa.
Quando se aproximava do clube eu pedi aos policiais que nos deixassem um pouco distante. Na portaria, o rapaz logo colocou a minha prima lá dentro e pediu que aguardássemos um pouco. Foi o que fiz. O Délio Maluco sumiu sem que eu percebesse. Nao demorou muito eu entrei e fui me juntar à turma. Algum tempo depois o Délio Maluco apareceu dizendo que tinha pulado o muro do clube.
O baile seguia de acordo com o gosto das formandas: bem comportadinho. Alguém da turma sugeriu que devíamos animar aquilo e concordamos. Fomos até o maestro, que era o Bené Nunes e pedimos que ele tocasse música de Carnaval. Ele em princípio nao concordou, dizendo que as moças poderiam se aborrecer. Insistimos tanto que ele nos atendeu e começou a tocar uma marchinha.
Imediatamente fomos para o salao e formamos um cordao. Isso durou pouco porque as moças da Comissao de Formatura foram até o Bené e disseram poucas e boas para ele, ordenando que parasse a música imediatamente.
Lembro-me que uma delas falou que aquilo estava estragando a festa . Mesmo sem música ainda ficamos no salao sambando mas pouco depois fomos embora.
Coisas da juventude...
Abrs.
Aristóteles
grandes recordaçoes afinal o mundo e feito de recordaçoes parabens me fez voltar no tempo sr. Aristótelese amigo estou amando seu blog
ResponderExcluirBoa tarde:
ResponderExcluirLegal o blog!
Gosto de ver COISAS ANTIGAS...
Principalmente o bairro Ipanema - um dos mais charmosos da cidade; prefiro mais que o LEBLON (este está até ultrapassado).
Vivi neste último por um bom tempo, e sou suspeito para falar: há de tudo em tal. Só que IPANEMA mostra um lado cultural_há algumas ruas que são únicas mesmo/tipo a NASCIMENTO SILVA.
Há um comentário sobre PREÇOS neste; sei de uma pessoa (conhecida da minha familia) que morava num prédio bacana e tinha um FUSCA* para disfarçar - risos.
Vivo há quase 20 anos em PORTO ALEGRE, e há bairros daqui com nomes dos daí: JARDIM BOTÂNICO/IPANEMA_minha familia possui um imóvel num que se denomina o último que mencionei... E a rua se chama LEBLON!
Sem falar que tal bairro possui ruas de nomes dos daí (GÁVEA, LEME: até FLAMENGO). Até acho FALTA DE ORIGINALIDADE.
Seria isso.
Valeu,
Rodrigo.
* Aqui chamam de FUCA.