A abertura de um túnel conectando os bairros de Laranjeiras (Zona Sul da cidade) e Catumbi (localizado entre a periferia da Área Central e a Zona Norte) foi assentada no Plano Agache, do urbanista francês Alfred Agache, em 1928. Mas só foi concluído no Governo Carlos Lacerda e inaugurado no dia 22 de abril de 1964.
Jornal O Globo, 23 de abril de 1964, primeira página
O Catumbi foi uma área nobre da cidade, bairro em que se instalaram as colônias portuguesa, espanhola e italiana em casario imponente. Por lá aconteciam significativas manifestações religiosas, notadamente em suas ruas sob a forma de procissões. Com o tempo, com a migração para outras regiões, começou a sofrer com a decadência e os casarões aristocratas começara a se transformar em cortiços, casas de cômodos.Por lá, também,nos anos 50 surgiram afamados blocos carnavalescos, como Bafo da Onça, que fizeram história no carnaval carioca. Com o advento do túnel o bairro se desvalorizou ainda mais, ao contrário da outra ponta do túnel, Laranjeiras.
O Tunel Santa Bárbara foi considerado , à época, como o mais moderno da América Latina sendo, por excelência, um marco na evolução técnica e histórica dos túneis na cidade. A partir dele novas metodologias de perfuração e manutenção de túneis passaram a ser aplicadas.
Foi o primeiro a demandar a criação de equipes de operação, monitoramento e cuidados especiais na sua administração; o que foi estendido, anos depois, a outros túneis de igual complexidade.
Em vista das inovações apresentadas destacava-se o fato de ser o primeiro a contar com sistema de ventilação e exaustão, aparelhagem de radar, contagem de veículos, sinalização luminosa, recebimento independente de eletricidade, geradores de emergência, bem como circuito fechado de televisão para monitoramento de enguiços e acidentes, dentre outras facilidades.
Em vista das inovações apresentadas destacava-se o fato de ser o primeiro a contar com sistema de ventilação e exaustão, aparelhagem de radar, contagem de veículos, sinalização luminosa, recebimento independente de eletricidade, geradores de emergência, bem como circuito fechado de televisão para monitoramento de enguiços e acidentes, dentre outras facilidades.
TRÊS CURIOSIDADES:
- Dentro do túnel existiu uma capela, a Capela de Santa Bárbara, construída junto com o túnel em homenagem a operários mortos durante a obra. Nela um painel monumental de azulejos de Djanira , que desde 1995, recuperado, pode ser visto com mais conforto e com todos os seus detalhes no Museu Nacional de Belas Artes.
- O primeiro problema no tráfego no interior do túnel ocorreu com um táxi vindo do Catumbi.Ele enguiçou no meio da pista. Imediatamente o radar registrou, transmitindo o sinal para o sistema de sinalização e logo começou a acender uma lâmpada amarela, pisca-pisca e com uma seta, indicando aos mortoristas o desvio de pista e, em minutos um reboque entrou no túnel e retirou o veículo. O motorista e o passageiro foram avisados como proceder pelos alto-falantes.
- Na primeira hora de abertura do túnel o radar registrou 2107 veículos, sendo 1743 no sentido Zona Sul/Zona Norte.
EM TEMPO:
Carlos Lacerda, ex-governador do antigo Estado da Guanabara,
completaria 100 anos no próximo dia 30 de abril.
Por isso, o RIO QUE MORA NO MAR vai nos próximos posts ,
em homenagem ao maior e melhor governante que o Rio de Janeiro
já teve, falar um pouco da relação Lacerda e a cidade.
Que maravilha. Lembrar de Carlos Lacerda é lembrar de que existiu um político honesto, corajoso e culto, muito culto. Parabéns!!
ResponderExcluir