Pintura a aquarela de Elizabeth Dias
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
da geografia divina
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
que mesmo antes da era do modismo do compartilhamento, isso já praticava,
acolhendo quem por aqui chegava, de braços abertos, cariocando os de todos os cantos
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
do Leme ao Pontal, que não há outro igual, como diria Tim Maia
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
dos garçons, taxistas, cozinheiros; dos bolinhos, sardinhas,do biscoito de polvilho, do mate e limão
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
das esquinas, dos mosaicos das pedrinhas portuguesas,e até dos postes tortos de Ipanema
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
da bola rolando no Maracanã que encolheu
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
dos algodoeiros que deixam as calçadas amarelas, dos alaranjados e vermelhos dos flamboyants e de tantas amendoeiras e suas amêndoas despencantes que colocam em risco nossas cabeças
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
das famílias de micos que hoje pulam pelos galhos, andam pela fiação da cidade desafiadoras e sem receio, a qualquer hora
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
das muitas transformações ruins que vi de 65 - o garboso IV Centenário - até hoje, principalmente do que se foi como o silêncio nas praças, da memória da edificação destruída, das nossas areias invadidas e desrespeitadas
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
da baía, das lagoas, mangues e palmeiras
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
que luta contra a sua destruição
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
que apesar de... acaba num instante com qualquer tristeza
Ah!... esse RIO QUE MORA NO MAR
MEU RIO... QUE COMO CARIOCA DA GEMA...EU SEMPRE HEI DE AMAR
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Seja bem-vindo!