Um episódio daqueles bem corriqueiros, acabou gerando um mini conto.
Uma rolinha insistente na varanda do apartamento de uma amiga - no
décimo andar de um prédio no bairro carioca de Laranjeiras -
cujo coração respondeu com um diálogo pouco provável, diriam alguns,
mas verossímil para os que entendem e se entendem - um privilégio - com aqueles
cujo coração respondeu com um diálogo pouco provável, diriam alguns,
mas verossímil para os que entendem e se entendem - um privilégio - com aqueles
que tem penas, asas ou patas.
Um díálogo cheio de amor e respeito.
"E lá esta ela, de novo.
Ela: Ele: Sei lá. Uma rolinha.
Ela (de novo), entrou quatro vezes na varanda
e, claro , não soube sair.
Ela (de novo), entrou quatro vezes na varanda
e, claro , não soube sair.
E eu: -Por favor, não vai se machucar!
E ela: - Por favor, não vai me machucar !
A saída é por aqui, sua tonta!
Você não vê? Aqui não é o seu lugar!
E agora, janelas fechadas , calor.
Ela vem, espicha o pescoço, espicha e espia,
espia e espicha, cobiça.
espia e espicha, cobiça.
Cobiça o que, menina...água, comida, fartas todos os dias?
Sua tonta!
Você não entende!
Você não entende!
E volta, todos os dias, e espicha o pescoço e espia, espia e espicha…
Você não entende sua tonta!
Eles não podem voar!"
Eles não podem voar!"
Sonia Bee
( Carioca Gente Boa, de Laranjeiras)
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