Sinônimo dos desfiles de fantasias no carnaval carioca, Clóvis Bornay nasceu no dia 10 de janeiro de 1916 em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Já aos 12 anos, venceu um concurso de fantasias no Fluminense Futebol Clube, cujos bailes carnavalescos frequentava com assiduidade, vestido de cossaco.
Já em 1937, ajudou a organizar o primeiro baile à fantasia do Theatro Municipal. O concurso, inspirado nos bailes de máscaras de Veneza, foi vencido por ele, que vestiu uma criação própria inspirada nos trajes dos príncipes hindus.
Entre as décadas de 50 e 70, os bailes e concursos de fantasias eram a grande atração do calendário carnavalesco. Em 11 de fevereiro de 1959, O GLOBO publicou a reportagem “Vibrante animação no baile do Copa”, que trazia uma foto de Bornay vestido com a criação “Demônio dos Olhos Verdes”, não classificada no concurso do Copacabana Palace, mas que obtivera o segundo lugar no baile do Municipal.
Foi Bornay quem institui o concurso no Clube Monte Líbano e o Baile da Vitória no Sírio e Libanês. Ganhou tantos títulos que passou a desfilar hors-concours a partir da década de 70. Seu grande rival nas passarelas era o costureiro baiano Evandro de Castro Lima.
Museólogo de profissão, trabalhou durante 42 anos no Museu Histórico Nacional, onde chegou a chefe da Divisão Artística e Literária. A partir dos anos de 60, começou também a apresentar suas fantasias nos desfiles das escolas de samba.
Também foi carnavalesco do Salgueiro (1966), Unidos de Lucas (1967, 1968, 1969), Mocidade Independente (1972 e 1973), Unidos da Tijuca (1973) e da Portela (1969 e 1970), tendo trabalhado em alguns anos para mais de uma escola. E foi com o enredo “Lendas e mistérios da Amazônia” que a Portela sagrou-se campeã em 1970.
Com Elisete Cardosos em desfile memorável na Unidos de Lucas
O abre-alas de “Lendas e mistérios da Amazônia”
Clóvis Bornay foi ainda jurado dos programas de Chacrinha e Silvio Santos, e também chegou a atuar como ator nos filmes ‘Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha, e ‘Independência ou morte’ (1972), de Carlos Coimbra. Em 1996, recebeu da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) a Medalha Tiradentes por sua contribuição cultural ao estado. Suas criações foram expostas em várias partes do mundo. Aos 72 anos, foi homenageado com uma exposição na Estação Carioca do metrô, que reunia fantasias, fotos e documentos de toda a sua carreira de folião.
Em 9 de outubro de 2005, o carnavalesco deu entrada no Hospital Souza Aguiar desidratado e com forte infecção intestinal. Logo depois, deve uma parada cardiorrespiratória. Seu cortejo fúnebre foi ao som da marcha “Ó abre-alas”, de Chiquinha Gonzaga, entoada pela Confraria do Garoto.
Manchete no dia 11 de outubro:
“Carnaval diz adeus a Clóvis Bornay
com lantejoulas, confete e purpurina.
Velha Guarda da Portela canta no enterro
o samba-enredo de 1970”.
com lantejoulas, confete e purpurina.
Velha Guarda da Portela canta no enterro
o samba-enredo de 1970”.
No desfile das escolas de samba de 2015, o carnavalesco foi homenageado pela Unidos da Tijuca com o enredo “Um conto marcado no tempo – o olhar suíço de Clóvis Bornay”
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