domingo, 17 de fevereiro de 2019

O Carnaval de 1919... há 100 anos!



Manuel Bandeira publica em 1919 o seu segundo livro de poemas intitulado Carnaval. Nessa obra já faz uso do verso livre. Por isso, os modernistas viram em Manuel Bandeira um precursor do movimento Modernista.


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Nessa obra percebermos que o poeta vai mais e mais se engajando com os ideais modernistas. Em Carnaval temos ainda o início da libertação das formas fixas e a opção pela liberdade formal, que se tornaria uma das marcas registradas de sua poesia.
Em 1919, aconteceu o Carnaval da Gripe. 

No ano anterior, uma epidemia de gripe abalou a cidade, mas isso não impediu que a enfermidade fosse tema predominante nas músicas, bailes e desfiles das Sociedades Carnavalescas. Em uma cidade de um milhão de habitantes, morreram, segundo estimativas, 15 mil. Mais de 600 mil teriam ficado doentes. Os médicos aconselhavam limão, canela e canja de galinha.

No fim de fevereiro, os cidadãos dessa cidade caíram na farra, comemorando o fato de que tinham sobrevivido ao flagelo. Os cronistas qualificam o Carnaval de 1919 como um dos mais animados. Ao que parece, houve um exorcismo carnavalesco. As revistas de época, O Malho, Careta e outras, documentam em dezenas de fotografias a folia que animou a cidade. Inúmeras músicas de carnaval com letras que “brincavam” com a doença, notas sobre a criação de blocos carnavalescos suburbanos e convites para bailes.

No carnaval de 1919, Júlio Silva desfilou pela primeira vez o Bloco do Eu Sozinho e, se transformava no Lorde João Curuti do Pelo Hempé. Em 1919 ele começou a desfilar com sua tabuleta solitária. Envergava uma fantasia de fraque, com chapéu de tirolês e calça listrada. Com seu pavilhão levantado, brincava alheio à multidão, cantando para si mesmo, em desacordo com o samba dos outros. Diversificou a fantasia e desfilou pelos sessenta anos seguintes.


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Músicas de Carnaval da época ...

Assim é que é! 
Viva a folia! 
Viva Momo
 – Viva a Troça! 
Não há tristeza que 
possa Suportar tanta alegria. 
Quem não morreu da Espanhola, 
Quem dela pode escapar 
Não dá mais tratos à bola 
Toca a rir, 
Toca a brincar... 

Música de carnaval cantada nos Democráticos, 
promovendo um baile no dia 11 de janeiro de 1919. 

Outras músicas e blocos faziam referências ao chamado Chá da Meia-Noite e à Santa Casa da Misericórdia. Existia o boato de que a Santa Casa distribuía um chá aos doentes, e que nesse chá havia um veneno. 




CURIOSIDADE:

Durante o carnaval, Pixinguinha não trabalhava, pois saía com seu bloco chamado GRUPO DO CAXANGÁ.  No carnaval de 1919, ao passarem pelo cine Palais, fizeram uma parada para homenagear o senhor Isaac ,dono do cinema no qual Pixinguinha trabalhava. Ouvindo o pessoal, o proprietário do cinema entusiasmou-se e sugeriu a organização de um conjunto menor para tocar na sala de espera. O conjunto depois de dúvidas sobre qual seria seu nome, o próprio senhor Isaac resolveu a questão:

" - Vocês não são oito? Então põe " Os Oito Batutas!"

Assim se deu a estreia do conjunto em abril de 1919, capitaneado por Pixinguinha e Donga.


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