Manuel Bandeira publica em 1919 o seu segundo livro de poemas intitulado Carnaval. Nessa obra já faz uso do verso livre. Por isso, os modernistas viram em Manuel Bandeira um precursor do movimento Modernista.
Nessa obra percebermos que o poeta vai mais e mais se engajando com os ideais modernistas. Em Carnaval temos ainda o início da libertação das formas fixas e a opção pela liberdade formal, que se tornaria uma das marcas registradas de sua poesia.
Em 1919, aconteceu o Carnaval da Gripe.
No ano anterior, uma epidemia de gripe abalou a cidade, mas isso não impediu que a enfermidade fosse tema predominante nas músicas, bailes e desfiles das Sociedades Carnavalescas. Em uma cidade de um milhão de habitantes, morreram, segundo estimativas, 15 mil. Mais de 600 mil teriam ficado doentes. Os médicos aconselhavam limão, canela e canja de galinha.
No fim de fevereiro, os cidadãos dessa cidade caíram na farra, comemorando o fato de que tinham sobrevivido ao flagelo. Os cronistas qualificam o Carnaval de 1919 como um dos mais animados. Ao que parece, houve um exorcismo carnavalesco. As revistas de época, O Malho, Careta e outras, documentam em dezenas de fotografias a folia que animou a cidade. Inúmeras músicas de carnaval com letras que “brincavam” com a doença, notas sobre a criação de blocos carnavalescos suburbanos e convites para bailes.
No carnaval de 1919, Júlio Silva desfilou pela primeira vez o Bloco do Eu Sozinho e, se transformava no Lorde João Curuti do Pelo Hempé. Em 1919 ele começou a desfilar com sua tabuleta solitária. Envergava uma fantasia de fraque, com chapéu de tirolês e calça listrada. Com seu pavilhão levantado, brincava alheio à multidão, cantando para si mesmo, em desacordo com o samba dos outros. Diversificou a fantasia e desfilou pelos sessenta anos seguintes.
Assim é que é!
Viva a folia!
Viva Momo
– Viva a Troça!
Não há tristeza que
possa
Suportar tanta alegria.
Quem não morreu da Espanhola,
Quem dela pode escapar
Não dá mais tratos à bola
Toca a rir,
Toca a brincar...
Música de carnaval cantada nos Democráticos,
promovendo um baile no dia 11 de janeiro de 1919.
Outras músicas e blocos faziam referências ao chamado Chá da
Meia-Noite e à Santa Casa da Misericórdia. Existia o boato de
que a Santa Casa distribuía um chá aos doentes, e que nesse chá
havia um veneno.
CURIOSIDADE:
Durante o carnaval, Pixinguinha não trabalhava, pois saía com seu bloco chamado GRUPO DO CAXANGÁ. No carnaval de 1919, ao passarem pelo cine Palais, fizeram uma parada para homenagear o senhor Isaac ,dono do cinema no qual Pixinguinha trabalhava. Ouvindo o pessoal, o proprietário do cinema entusiasmou-se e sugeriu a organização de um conjunto menor para tocar na sala de espera. O conjunto depois de dúvidas sobre qual seria seu nome, o próprio senhor Isaac resolveu a questão:
" - Vocês não são oito? Então põe " Os Oito Batutas!"
Assim se deu a estreia do conjunto em abril de 1919, capitaneado por Pixinguinha e Donga.
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