quinta-feira, 28 de novembro de 2019

José de Oliveira Reis: o engenheiro-historiador do Rio de Janeiro





José de Oliveira Reis nasceu em 25 de setembro de 1903 na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo. Fez os estudos primários e preparatórios em sua cidade natal e ingressou em 1920 na escola Politécnica do Rio de Janeiro, no largo de São Francisco, diplomando-se em Engenharia Civil, em 1925. Em 1933, Oliveira Reis foi o 3º colocado no 1º Concurso Público para o cargo de engenheiro da Prefeitura do Distrito Federal, durante a administração do Prefeito Pedro Ernesto.

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Em 1939, durante a administração Dodsworth, Oliveira Reis viaja aos Estados Unidos com credencial da Prefeitura do D.F. para observar e estudar em 33 cidades o processo de desenvolvimento e expansão, inclusive em algumas delas seus Planos Diretores. O engenheiro seria o chefe da Comissão do Plano da Cidade até 1945. Em 1941, participou da elaboração do Plano Diretor da Cidade.

Durante esse período, foi concluído o desmonte do Morro do Castelo, urbanizada a Esplanada do Castelo e aberta a Avenida Presidente Vargas, com mais de quatro quilômetros de extensão. Entre outras obras podem ser citadas a abertura das avenidas Brasil e Tijuca (atual Edson Bastos); duplicação do Túnel do Leme, liberação do acesso à Praia Vermelha; abertura do corte do Cantagalo; construção do Jardim de Alá; início da construção da estrada Grajaú- Jacarepaguá; elaboração do projeto do Túnel do Pasmado.

Em 1946 assumiu na condição de 1º Diretor, o Departamento de Urbanismo (DUR) da Secretaria Geral de Viação e Obras, cargo que ocupou até o ano de 1948.   
Em 1951 participa do 2º Congresso da Federal Internacional de Habitação e Urbanismo – União Internacional dos Arquitetos, no Marrocos, como representante da Municipalidade do RJ. 
Em 1953, durante a gestão do Prefeito Cel. Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, atua como Engenheiro-Chefe do Serviço Técnico da Avenida Perimetral (STEAP), na condição de responsável pelo projeto de implantação. 
Durante o ano de 1954, ocupa o cargo de Diretor da DUR da Secretaria de Viação e Obras. Em 1955 é designado Chefe da Comissão de Engenharia de Tráfego, primeiro órgão técnico para estudos de Engenharia de Tráfego da P.D.F. 
Entre 1956 e 1960, como Diretor do DUR, nas gestões dos prefeitos Eng. Sá Lessa, Negrão de Lima e Joaquim de Sá Feire Alvim. 
Em 1960, através de concurso tornou-se Livre Docente da cadeira de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da UFRJ. 
Em 1962 retorna por curto período à Direção do DUR, durante a administração Carlos Lacerda, no Estado da Guanabara. 
Entre 1963 e 1965, responde pelo Serviço de Engenharia de Tráfego ligado ao Gabinete do Secretário Geral da Viação e Obras. 
Entre 1966 e 1970, atuou como primeiro administrador regional do bairro de Santa Teresa (XXIII R.A.). Nesse período, aposenta-se como engenheiro do Estado da Guanabara.
Sua atuação profissional no Brasil ocorreu no contexto do lugar profissional da engenharia. Nesse sentido, sua vida profissional como funcionário público engenheiro-urbanista e sua interlocução profissional foram fortes no debate sobre os problemas urbanos do Rio de Janeiro e sobre a necessidade da criação de órgãos de urbanismo e de planejamento urbano municipal.


O biênio 1965/1966
marca o início da atuação do engenheiro 
como “historiógrafo da administração pública” do Rio de Janeiro.


Após a primeira publicação, viriam diversos livros, artigos e palestras abordando o tema, como 

.Os Prefeitos do Rio de Janeiro como Capital da República de 1889 a 1960, apresentado em conferência em 1971;
.O Rio de Janeiro e seus Prefeitos (1977, quatro volumes);
.A Guanabara e seus Governadores (1979);
.História da Legislação sobre o Uso do Solo (1983);
.As inundações do Rio de Janeiro e o .Sesquicentenário do nascimento de Pereira Passos

publicados na famosa Revista Municipal de Engenharia (RME), que existiu entre 1932 e 1999.

Uma edição especial da publicação, de agosto de 1997, três anos depois de seu falecimento, prestou homenagem ao engenheiro, com depoimentos de colegas, recortes de jornais que noticiavam feitos de Oliveira Reis, e uma edição de História Urbanística do Rio de Janeiro, publicado originalmente em 1986.

Abaixo, capa e alguma páginas dessa publicação.






 




 Dr. Reis era tido como alguém tranquilo, fascinado por seu trabalho, pelo Rio de Janeiro e exímio conhecedor da história das ruas mais importantes de cor.


 Fazia de sua sala na revista 
um ponto de encontro de 
arquitetos, historiadores, 
geógrafos e pesquisadores 
do Rio de Janeiro. 






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