quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cinema Ideal, na Rua da Carioca



O velho Cinema Ideal ficava na Rua da Carioca números 60 e 62, conforme consta dos anuários, quando funcionava como cinema. O Ideal era vizinho do Cinema Soberano, atual Íris, bem próximo à Praça Tiradentes.

foto anos 20

O curioso é que essa notícia se repete no tempo. Em O Globo de 10/06/2004, na coluna Gente Boa, Joaquim Ferreira dos Santos, informou que


 Em O Globo de 13/10/2008, novamente  na coluna Gente Boa, mais uma notícia sobre o teatro



O Cinematographo Ideal, segundo Fernando Pamplona – cenógrafo e professor de Belas Artes - era


"...o cinema mais antigo da Rua da Carioca. Sua inauguração ocorreu por volta de 1908.
Características do pequeno edifício de dois andares que abrigava o Ideal. 
Fachada: 
o andar superior, separado do térreo por uma sacada, faz parte das características originais do prédio. Assim como a parede decorada em relevo,  quatro janelas em arco, dispostas duas a duas.  
Interiores: 
" o Ideal tem condições para ser um Teatrinho capaz de atrair o público mais elegante. Ele é bem o que os franceses chamam de bombonnière. A sua sala de espetáculos é verdadeiramente encantadora. Tudo no Ideal é gracioso. O espectador lá fica confortavelmente instalado e tem os olhos bem impressionados pelo ambiente”, assim comentava o Correio da Manhã,  em sua edição de 29 de abril de 1926. A rivalidade entre o Ideal e o Íris era extremamente conhecida. Assim, à iniciativa do Ideal ao introduzir inovação em matéria de arejamento: teto móvel que se abria nas noites de verão, correspondeu o sistema de abrir o salão afastando as paredes, do Íris. Esse teto foi obra do engenheiro Eiffel, o mesmo que projetou a torre de Paris. Duas escadas laterais e uma nos fundos, em ferro batido, conduziam ao balcão, onde azulejos portugueses, em relevo, decoravam suas paredes. 
Vinculação:
O cinema, uma propriedade particular da Empresa C. Pereira Pinto e Cia., passando, posteriormente, ao empresário Manoel Pinto, que o transformou mais tarde em teatro." 

O Cinematographo Ideal foi inaugurado por volta de 1908 com um grandioso programa com filmes variados.

Em 12 de maio de 1926 foi reinaugurado  como cine-teatro pelo seu novo proprietário  Manoel Pinto, no dia de seu aniversário. A peça escolhida foi “Cala a boca, Etelvina”, de Armando Gonzaga. O elenco, encabeçado por Alda Garrido, contava com a participação de Olga Louro, Georgina Guimarães, Rosita Rocha, Manoel Durães, Augusto Annibal, Américo Garrido, Gervásio Guimarães e Pedro Celestino. O ensaiador foi o Sr. Augusto Santos. A música de Freire Junior teve versos de Ruben Gill.


A cúpula do Ideal foi assinada por Gustave Eiffel e se transformou em grande novidade da cidade à época: por um dispositivo mecânico, se abria durante as sessões para renovar o ar e refrescar o ambiente. Era a única casa na América do Sul a projetar ao ar livre.

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Um dos grandes frequentadores do Cinema Ideal foi Ruy Barbosa. Após a sua morte, uma cadeira foi interditada por corrente e identificada com uma placa comemorativa.
Em 1926, o Cinema Ideal passou a integrar a rede de cinemas de Luiz Severiano Ribeiro. Mais tarde, em 1994, os dois sobrados que originalmente comportavam a sala de projeção, sofreram um grande incêndio. Posteriormente, no ano de 1996, a construção foi vendida aos comerciantes Maurício Francisco Tauil e João Alves Ferreira.




2 comentários:

  1. Bom dia! Gostei de seu blog. Você poderia dizer onde encontrou essa foto da cúpula do cinema Ideal. Muito obrigado.

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    1. Bom dia! Gostei de seu blog. Você poderia dizer onde encontrou essa foto da cúpula do cinema Ideal. Muito obrigado.
      samuelpunzi@samuelpunzi.com

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