quinta-feira, 2 de maio de 2013

RIO, VERÃO E AMOR

 Em 1966 foi lançado Rio, Verão e Amor, comédia musical e o último filme dirigido por Watson Macedo - que inova  usando pela primeira vez a cor -  e traz como protagonista o galã  de Claudia Cardinale, Milton Rodrigues, novatos e veteranos como Catalano.



Com roteiro do diretor e diálogos de Ziraldo, as locações no Rio de Janeiro, nos mostram uma outra cidade, outros tempos de ruas mais vazias, mais calmas, menos trânsito.

Esse filme é bom para ver a geografia  da cidade nos anos 1960, a moda, os modismos e a música.

Gravado principalmente nas praias do Arpoador, Ipanema e Castelinho - quando ainda existia - mostra  um Aterro do Flamengo de poucas árvores e muitas mudas ainda ; casas na Avenida Atlântica que hoje não mais estão por lá e o trânsito em uma pista, antes da expansão e os táxis pretos - aliás, àquele tempo, chamados de carros de praça - modelos geralmentos dos anos 1940 e 1950.

A moda é grande destaque do filme. Os cabelos eriçados, tipo bolo de noiva com laços; as faixas sempre presentes ou nos cabelos soltos ou presos: faixa era o must, tinha que ter; os óculos enormes, a maquilagem
com delineador tipo gatinho e a sombra clara, logo acima e marcada e as estampas também para os homens, que usavam as roupas justas, tanto ternos como calças e camisas; os cabelos grandes, franjas, influência dos Beatles

E os biquinis?  Ah... o meia-taça e de...pano. Que lycra nem nada. Isso não existia.  Meia-taça era uma ousadia. Mas com certeza muito elegante. A praia das barracas eram de pano, ía-se com toalha pra se sentar, tempo pré cadeira ou canga.

Esse filme é um passeio no comportamento de um Rio de outros tempos que vale a pena ser visto pra quem quer saber mais sobre a cidade, nos seus tempos de Guanabara. Vale a pena ser visto pra quem quer recordar, vale a pena ser visto pra quem quer rir um riso de situações e inusitados de outras épocas.


recortes de revistas falando sobre o filme








































Os números musicais do filme são um capítulo à parte misturando a bossa-nova, o rock e a Jovem Guarda, influências da época.

"MOÇA DO BIQUINI AZUL"
De Vica Gifoni e Mário de Castro

"BOSSA NOVA EM IPANEMA"
De Luiz Carlos Vinhas

"O MAR, VOCÊ E EU"
De Renato e Lilian

"BALANÇO ZONA SUL"
De Tito Madi

"LOUCO DE AMOR"
De Fábio Block

"REI MAU"
De Fábio Block, Ely Barra e Victor Trucco

"SUCESSÃO"
De Ely Barra

"APRENDA A ME CONQUISTAR"
De Renato, Lilian e Carlinhos

"PRECISO SER FELIZ"
De Renato, Lilian e Paulo Cesar

"VENHA COMIGO DANÇAR"
De Renato e Lilian

Uma sequência das músicas acima





uma cena inusitada:
Bossa 3, no Arpoador:
Luiz Carlos Vinhas, piano, Otavio Bailley, baixo, e Ronnie Mesquita, bateria.







Um comentário:

  1. Magnífica postagem. Informativa e divertida e também histórica da cidade.

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