Avenida Atlântica, 1702,
bairro de Copacabana,
Rio de Janeiro.
Esse é o endereço do Hotel Copacabana Palace que está completando 90 anos.
Aberto ao público em 13 de agosto de
1923, foi construído
pelo empresário Octávio Guinle e Francisco Castro Silva entre 1919 e
1923, atendendo a uma solicitação do então presidente Epitácio Pessoa, que desejava um grande hotel de turismo na então capital do
país, para ajudar a hospedar os visitantes esperados
para a Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Em compensação, o Governo Federal concederia
incentivos fiscais, assim como a licença para que nele funcionasse um
cassino — uma exigência do empresário.
O hotel foi o primeiro grande edifício em Copacabana, cercado apenas por pequenas casas e mansões.
o Copacabana Palace em cartão postal
O projeto do arquiteto francês Joseph Gire se inspirou em dois famosos hotéis da Riviera Francesa: o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes. A estrutura, sóbria e imponente, foi erguida pelo engenheiro César Melo e Cunha, que empregou, em larga escala, o mármore de Carrara e cristais da Boêmia.
Devido às dificuldades na importação de mármores e cristais, na execução das suas fundações (com catorze metros de profundidade, conforme exigido pelo projeto); à falta de tecnologia e experiência no país para tal confecção; e a uma violenta ressaca que, em 1922, destruiu a Avenida Atlântica, causando danos aos pavimentos inferiores do hotel, o hotel só foi inaugurado quase um ano após a Exposição do Centenário.
Mas inaugurou em grande estilo, com a presença da cantora, atriz e vedete francesa Mistinguett, que, mesmo tendo as famosas “mais belas pernas do mundo”, foi proibida de mostrá-las na festa.
O atraso fez com que o presidente Artur Bernardes tentasse cassar a licença para o funcionamento do cassino , o que a família Guinle, após dez anos de disputa na justiça, ganhou a causa. O hotel e seu cassino foram essenciais para a consolidação da fama e glamour do bairro nas décadas seguintes.
anos 20, no tempo do desenho invertido das ondas das calçadas
Em 1934, foi construída a piscina do
hotel, com projeto do engenheiro César Melo e Cunha, ampliada em 1949.
Em 1938, inaugurou-se o “Golden Room”, com um espetáculo de Maurice
Chevalier.
A visita de celebridades internacionais
Com a proibição do jogo no país, o cassino foi transformado em uma casa de espetáculos, e o hotel passou por uma ampla reforma,surgindo a pérgula lateral e o anexo nos fundos, inaugurado em 1949. Tal reforma ficou ao cargo do arquiteto Wladimir Alves de Sousa.
Em 1985, projetou-se a sua demolição. No entanto, o Copacabana Palace foi tombado pelo patrimônio histórico. No final da década de 80 foi vendido ao grupo Orient-Express Hotels, que o modernizou sem descaracterizá-lo.
Curiosidades:
- O hotel serviu de tema para o musical “Flying Down to Rio”, de 1933. Veja AQUI.
- O genial Mario Reis foi seu morador durante anos. Morou na suíte 140 do Copacabana Palace, de 1957 até sua morte.
Intérprete revolucionário e considerado o inventor do canto brasileiro, nos anos 30, em 1971, fez um retorno à cena e três shows no Golden Room do Copacabana Palace. Intérprete revolucionário e considerado o inventor do canto brasileiro, nos anos 30, em 1971, fez um retorno à cena e três shows no Golden Room do Copacabana Palace.
Mário Reis durante o show no Golden Room
- Washington Luís, apesar de ter nascido em Macaé, ganhou fama e poder político no estado de São Paulo. Assumiu como Presidente do Brasil em 1926.
Bonitão, amava cantar umas marchinhas, frequentava bailes carnavalescos, adorava usar cartolas, ternos bem cortados, coisa chique...até arriscava soltar o gogó em óperas. Pouca coisa não. Por essas e outras era chamado de "rei da fuzarca".
Casado com Sofia Paes de Barros, em 23 de maio de 1928, Washington Luís entrou no luxuosíssimo Copacabana Palace para encontrar sua amante, uma marquesa italiana de 28 anos recém- desquitada do marido, Elvira Vishi Maurich . Depois de um jantar bacana, com champanhe, aconteceu um atentado. No quarto, Elvira sacou uma pistola e deu um tiro no Presidente do Brasil. O motivo até hoje especulado foi ciúmes.
- Ferido, Washington Luís foi socorrido pelo dono do Hotel, Octávio Guinle. Tudo na maior descrição. Um médico da família foi chamado às pressas. O político foi levado para a Casa de Saúde Pedro Ernesto e foi operado. Para a imprensa e para a população, a internação e a operação foram por causa de uma crise de apendicite.
Elvira, quatro dias depois do atentado, se jogou da janela do quarto andar. Especula-se que foi pressionada. Na versão oficial entrou suicídio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Seja bem-vindo!