domingo, 8 de novembro de 2009

Recado a Oprah Winfrey

Quarta-feira no programa da Oprah Winfrey (canal GNT, 20 horas), a apresentadora-sucesso da América, resolveu entrevistar, via satélite, mulheres ao redor do mundo e uma carioca lá estava, como representante da cidade-sede das Olimpíadas 2016.

A surpresa foi a atitude da Oprah. Após toda a delicadeza e amabilidade com as representantes da Dinamarca, a apresentadora gratuitamente foi de uma arrogância e agressividade ímpar com a carioca.

Na tentativa de desqualificar a cidade, movida pelo despeito da derrota de Chicago - cidade em que mora e defendeu no COI - não lhe deu chance de realmente dizer o que era a Cidade Maravilhosa e seu povo. Só falou e fez questão de ressaltar os pontos negativos da cidade.

Vão dizer " ah! mas não podia?" . Claro que podia. Aqui não se esconde as mazelas debaixo do tapete. Sabemos da violência, das dificuldades. Mas não somos só isso. É só ver, sentir a cidade que não se deixa abater, nem se deita em berço esplêndido.

A carioca entrevistada, com boa fluência do inglês, procurou não se deixar contaminar , mas infelizmente deixou passar e não disse algumas boas verdades pra apresentadora americana, quando de irônicas perguntas sobre plástica ou como pagar imóveis à vista, por exemplo, com tanta coisa pra falar da cidade. Que tal a música? Que tal sua gente? Afinal ela quis saber como eram os dinamarqueses .

Terminando veio o , afinal, o que tínhamos de bom. Foi um final de entrevista lamentável.

Sabe, Oprah, com certeza muitas coisas boas, que nesse recado vai faltar espaço.

Mas umas poucas queria te dizer, mesmo que não vá ler. Fica no astral.

A cidade do Rio de Janeiro é linda na sua geografia, na sua gente miscigenada, linda na sua música própria, linda no seu ritmo. A natureza nos deu um belo presente, incomparável, mas nessa terra também brotou uma outra natureza, que é a generosidade. O carioca sabe repartir, compartilhar. A nossa cidade é de todos que aqui chegam e se aconchegam. Amou o Rio, o carioca ama. Esse calor humano constrói , reconstrói, daí o carioca é (cons)ciente das suas questões. É combatente nos seus propósitos, é forte e verdadeiro nas batalhas pois se arma de um calibre verdadeiro: seu amor à sua cidade.

Ah!... e esse amor é poderoso! Transformador! Por isso, o Rio de Janeiro continua - e continuará lindo!

Mas Oprah, você não quis ouvir, não quis conhecer.

Que pena...


Se algum dia quiser esquentar seu coração e conhecer o Rio, a cidade irá te receber de braços abertos, como nosso Cristo Redentor. Mas não se decepcione se por aqui você não encontrar só louras, magras e altas - expressão por você usada - e que tanto te deslumbraram na Dinamarca. Como bem disse, em versos, Bororó, grande compositor carioca, nosso povo é da cor do pecado. Graças a Deus !


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