Em tempos de internet e a velocidade da informação, a data de hoje nos lembra o telégrafo, que foi a primeira tecnologia de informação utilizada em rede mundial.
Em 1° de janeiro de 1874 era inaugurado o telégrafo submarino entre Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Pará, partindo de Copacabana.
Pedro II saudou, via telégrafo, esse "tão fausto acontecimento", salientando a importância da "eletricidade [que começava] a ligar as cidades mais importantes deste vasto Império, como o patriotismo reúne (sic) todos os brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade da nossa majestosa Pátria".
Assim era Copacabana a esse tempo.
Foi Dom Pedro II, em 1873, quem deu a concessão para que a empresa inglesa se instalasse no Brasil. A Western pertencia ao grupo Cable and Wireless, com sede em Londres. A autorização foi para um prazo de cem anos.
O lançamento do primeiro cabo submarino no Brasil envolveu negociações entre o imperador Dom Pedro II, os reis de Portugal e da Itália, o presidente do Haiti e o Barão de Mauá.
No Natal de 1873, chegava ao Rio o cabo de telégrafo submarino. O navio Hopper precisou ser rebocado até a Praia de Copacabana, onde se encontrava o imperador com sua comitiva.
Sua difusão e seu desenvolvimento criaram uma cultura própria, com vocabulário, linguagem, ritmo e formas de comunicar compartilhados por milhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo de um século e meio, o telégrafo incorporou-se ao cotidiano ao lado de outros sistemas tradicionais de comunicação ainda hoje em uso, como o telefone e o rádio, por exemplo.
Acima de tudo, o telégrafo transformou a forma de comunicar e informar, acelerou o tempo vivido, apressou a circulação das notícias e, principalmente, mudou o modo de descrever os acontecimentos. Após sua apropriação pela imprensa empresarial por meio de seções para notícias telegráficas, a colaboração de correspondentes e a compra de informações via agências internacionais de notícias , os leitores de periódicos não teriam mais paciência ou interesse para longos relatos, dados minuciosos sobre local, personagens, sentimentos, etc.
Depois do telégrafo, a notícia seria breve, seca, rápida, telegráfica.
No mesmo dia, os primeiros sinais foram transmitidos para a Bahia. Seis meses
depois, o Brasil fazia a primeira ligação para a Europa. Tratava-se de uma
mensagem do imperador para a rainha Vitória e ao rei Dom Luís, de Portugal.
Em 1853, dentre as propostas recebidas para a instalação de um cabo submarino no Brasil, estava uma que faria a ligação do Rio de Janeiro, Recife e Belém com a Europa.
Em 1853, dentre as propostas recebidas para a instalação de um cabo submarino no Brasil, estava uma que faria a ligação do Rio de Janeiro, Recife e Belém com a Europa.
Depois de muitas concessões que não foram a
frente, a 16 de agosto de 1872, o Decreto 5.058 concedeu ao Barão de Mauá o
privilégio, por 20 anos, para lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia
elétrica entre o Brasil e a Europa. Finalmente, a 22 de junho de 1874, o Brasil
era ligado à Europa pelo cabo submarino. Nesse dia, por seus serviços prestados,
o Barão de Mauá foi elevado a Visconde.
A primeira linha de telégrafo elétrico, concluída em 1852, ligou a Quinta
Imperial ao Quartel General do Exército e foi justificada pela necessidade de
expedir ordens rápidas para a repressão ao tráfico de escravos. Sua construção utilizou materiais e aparelhos adquiridos em Londres e formas
compulsórias de trabalho, lançando mão dos presos da Casa de
Correção.
Portanto, as primeiras iniciativas para a instalação do telégrafo elétrico no Brasil surgiriam da associação entre a curiosidade de alguns poucos engenheiros e professores das Academias da Corte e as necessidades do governo imperial em agilizar o controle sobre o desembarque de escravos, que acontecia sem maiores atropelos até mesmo nas vizinhanças da Corte.
Portanto, as primeiras iniciativas para a instalação do telégrafo elétrico no Brasil surgiriam da associação entre a curiosidade de alguns poucos engenheiros e professores das Academias da Corte e as necessidades do governo imperial em agilizar o controle sobre o desembarque de escravos, que acontecia sem maiores atropelos até mesmo nas vizinhanças da Corte.
Durante os primeiros anos, o destino e a aplicação do
telégrafo elétrico foi exclusivo do serviço de polícia da Corte, encarregado de
analisar os lugares convenientes para a instalação de estações, bem como os
locais onde "será colocada a administração do Telégrafo, e a força pública com o
duplicado fim de prestar-se à guarnição da estação e serviço de polícia nesses lugares". Em seus primeiros
passos, portanto, coube ao telégrafo uma função auxiliar ao serviço de
policiamento da Corte, interligando através de suas linhas e estações, a Central
de Polícia e todos os quartéis, arsenais da Guerra e Marinha, além do Paço da
Cidade e os palácios de São Cristóvão e Petrópolis.
Somente cinco anos depois de instalada essa primeira linha o serviço telegráfico seria franqueado a particulares com a regulamentação do serviço de telegramas pagos , tendo início a exploração comercial do telégrafo no Brasil.
Somente cinco anos depois de instalada essa primeira linha o serviço telegráfico seria franqueado a particulares com a regulamentação do serviço de telegramas pagos , tendo início a exploração comercial do telégrafo no Brasil.
Por mais uma década ainda a comunicação telegráfica
não mereceria a confiança dos habitantes da Corte, que mantiveram inalterado o
hábito secular de remeter os recados através de mensageiros. Vítima de
preconceitos e reclamações sobre sua ineficiência e até de descrença sobre a
possibilidade de trocar mensagens através de um fio eletrificado, o telégrafo
não passaria, para muitos, de truque, ilusionismo e efeito de mágica. Estas
desconfianças justificariam o pequeno volume de correspondência telegráfica,
chegando a ameaçar o fechamento de algumas estações telegráficas.
A utilidade do telégrafo só seria comprovada no
"teatro da guerra" com o Paraguai, onde as linhas telegráficas montadas para a
campanha mostrar-se-iam eficientes para orientar o rápido avanço das tropas e
para a redefinição das estratégias militares. Aqui, ao contrário do que ocorreu
na Europa, foi a experiência extrema da guerra que tornou evidente a necessidade
de comunicações ágeis para a administração do território. A experiência da
guerra evidenciou a precariedade das comunicações com o centro-sul do país, a
fragilidade da defesa das fronteiras imperiais e, principalmente, quanto o
telégrafo poderia auxiliar na solução desses problemas.
A conquista da "telegrafia transatlântica" através de
cabo submarino uniu, em 1866, a América à Europa e permitiu que o velho e o novo
mundo pudessem conversar, ainda que separados pela imensidão do oceano.
No Brasil, esse acontecimento foi apresentado como uma possibilidade para a sua emancipação política e econômica, na medida em que o telégrafo poderia torná-lo "vizinho da Europa", modificando todas as suas relações com o exterior, além de favorecer a "direta comunicação" do governo com seus auxiliares e dos produtores com os consumidores, auxiliando eficazmente o desenvolvimento do país.
No Brasil, esse acontecimento foi apresentado como uma possibilidade para a sua emancipação política e econômica, na medida em que o telégrafo poderia torná-lo "vizinho da Europa", modificando todas as suas relações com o exterior, além de favorecer a "direta comunicação" do governo com seus auxiliares e dos produtores com os consumidores, auxiliando eficazmente o desenvolvimento do país.
Excelente post!
ResponderExcluirNão era Gustavo era Guilherme Capanema
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