Sobre uma colina ainda cercada de verde, o Palácio Laranjeiras (por vezes é incorretamente denominado Palácio das Laranjeiras) é o Palácio de Versalhes carioca. Raro é encontrar um canto do imóvel, que não lembre o grande palácio francês, ou que não conte com qualquer elemento decorativo.
Antiga residência da Família Guinle, foi construído entre 1909 e 1913. Nesta época todo o parque pertencia à família. Após a morte de Eduardo Guinle em 1941, a família começou a negociar a propriedade com o governo da União e em 1947 o Presidente Dutra concluiu as negociações adquirindo somente o palacete para destiná-lo a hospedar visitantes ilustres e chefes de estado em visita ao Brasil.
Foi utilizado como residência oficial da
presidência por Juscelino Kubitschek (1956-1961), que não quis permanecer no
Palácio do Catete após o suicídio de Getúlio Vargas (1954), até à conclusão do
Palácio da Alvorada, inaugurado em 1958 em Brasília.
O luxo está presente em todos os cômodos do palácio, dos afrescos no teto ao banheiro com peças esculpidas em blocos de mármores de carrara — incluindo a famosa banheira — e piso em mosaico de pastilhas de mármore, algumas cobertas de ouro. Folhas de ouro, aliás, revestem vários elementos, desde móveis a parte do elevador — o primeiro do Brasil, da Otis.
Um piano Steinway, réplica do que pertenceu à rainha Maria Antonieta, na sala de música, e a réplica da escrivaninha de Luís XVI, igual a do Palácio de Versalhes. A mesa de estudos está instalada na biblioteca, que chama a a tenção pelos poucos livros e também pela grande mesa de mármore, usada num dos momentos mais sombrios da nossa história. Foi sobre o móvel que a ditadura militar instituiu, em 1968, o AI-5.
Também conserva uma rica coleção de quadros. Entre as obras, pinturas do holandês Frans Post (século XVII); do francês Nicolas-Antoine Taunay (século XIX), que integrou a missão francesa; um grande retrato do Rei Sol de Rigaud (1659-1743), e outro, datado de 1530, de uma nobre veneziana por Moretto da Brescia, pintor italiano do Renascimento.
O Palácio Laranjeiras foi projetado pelo arquiteto Armando da Silva Telles ( que também assina a reforma de outro palacete, no mesmo bairro, o Palacete Lineo de Paula Machado), que deixou sua assinatura numa das paredes externas do imponente edifício de estilo eclético francês.
No livro "Palácio das Laranjeiras", de Mario Henrique Glicério Torres, encontra-se o requerimento do pedido de construção
"Armando Carlos da Silva Telles, architecto constructor, tendo sido incumbido pelo Dr. Eduardo Guinle para construir um prédio no terreno onde se acha actualmente a casa nº 36 da Rua Carvalho de Sá (atual Rua Gago Coutinho) vem apresentar a V. Excia, 6 plantas, a fim de serem devidamente aprovadas e concedida a respectiva licença para o início das obras que serão terminadas no prazo de oito meses.
O prédio será construído no centro do terreno e a 25 ms acima do nível da rua.
P. deferimento
Rio de Janeiro 22 de dezembro de 1909
Armando Carlos da Silva Telles."
( Doc. 1 do Códice 26-3-35, no qual se encontram as seis plantas do projeto e a planta de situação)
O Palácio Laranjeiras foi aberto em 2001 para a visitação pública, após uma reforma de dez meses, mas desde de 2007 está, novamente, fechado ao publico. O imóvel encontra-se tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Não saber que havia um palácio tão no Brasil. Eu tenho uma casa laranjeiras e eu nunca ouvi falar que havia um palácio perto. Vou ver se eu posso conhecê-lo. Beijos
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