A história da Avenida Rio Branco e do seu entorno teve no arquiteto Paulo Santos um dos seus grandes estudiosos .
Quis o destino que o Edifício Colombo — projetado por ele em 1938 — fosse um dos três a sucumbir à tragédia no Centro.
Edifício Colombo ,
Rua Manoel de Carvalho nº 16,
esquina com av. 13 de Maio
reprodução internet
Rua Manoel de Carvalho nº 16,
esquina com av. 13 de Maio
reprodução internet
Em 1904, o prefeito nomeado pelo então presidente Rodrigues Alves promoveu um concurso de fachadas e prédios para o boulevard com toque francês que virou um cartão de visita da cidade. Surgiram, ao longo da grande reta, prédios de feição eclética, com uma bela mistura de estilos daquele tempo.
Da iniciativa de Passos, nasceram joias como o Teatro Municipal. A
reforma de Passos trouxe à via refúgios para pedestres, galeria de águas
pluviais, arborização. É muito triste que logo o edifício projetado por Paulo
Santos (o Colombo) tenha sido destruído.
arquiteto Paulo Santos
Santos, foi um fervoroso defensor
das edificações daquela área, assegurando, nos anos de 1970, o tombamento de
alguns ícones arquitetônicos: além do Teatro Municipal, o do Museu de Belas
Artes, a Biblioteca Nacional e o Clube Naval.
Paulo Santos atuou como arquiteto através de sua firma Pires & Santos, durante mais de 30 anos. omo curiosidade, cabe ressaltar que nesse escritório começou a estagiar Sergio Bernardes.
Paulo Santos atuou como arquiteto através de sua firma Pires & Santos, durante mais de 30 anos. omo curiosidade, cabe ressaltar que nesse escritório começou a estagiar Sergio Bernardes.
Dessa firma nasceram, por exemplo,
o Edifício Pimentel Duarte que foi um dos primeiros a serem construídos na Praia
de Botafogo (1936), a Escola Técnica do Exercito (ETE), na Praia Vermelha, em
1939/1940.
Edifício
Pimentel Duarte, praia de Botafogo
Como membro do conselho consultivo
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Santos também
lutou pela preservação do Palácio Monroe, do Jockey Club e do Derby Club na
Avenida Rio Branco. Sem sucesso, no entanto: os três foram demolidos em meio a
grandes polêmicas. Santos fundou a historiografia da arquitetura e do urbanismo
no Brasil.
O Edifício Colombo estava à frente
de seu tempo.
O valor arquitetônico do prédio de
Paulo Santos na Avenida Treze de Maio era enorme. Com seus dez andares, o estilo
do Colombo fugia do ecletismo encontrado na Rio Branco. Era art déco com
características do modernismo que só se consolidariam mais tarde, com a
construção do Edifício Gustavo Capanema, inaugurado em 1947.
"O edifício com os traços de Paulo
Santos apontava para o futuro. E agora faz parte do passado".
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