Nesse DIA DE SÃO JOSÉ vamos visitar uma outra igreja, na cidade, que leva seu nome: a IGREJA DE SÃO JOSÉ, no bairro da Lagoa.
Cartão postal da época da inauguração
Foto da fachada
Foto do interior
No terreno da atual igreja existia a pequena capela de São José, erguida em 1898 para servir aos funcionários da Fábrica de Tecidos Corcovado e aos operários das demais manufaturas daquela região em franco crescimento industrial.
A Igreja de São José, da Lagoa tem um dos lados para o Colégio de Aplicação da UFRJ e fundos para o Hospital da Lagoa. É uma igreja em formato oval de traços modernos, longamente envidraçada - a primeira do mundo a ter vidro ray-ban - cuja estrutura vertical em curvas é revestida de pastilhas azuis.
O projeto modernista data de 1961e é do arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, o mesmo autor do projeto da Catedral Metropolitana, da Avenida Chile, e do campus da PUC, na Gávea, que tem como marca os pilotis - um dos fundamentos da arquitetura de Le Corbusier - ," onde todos se encontram e tudo acontece."
Vale revisitar um pouco da história da região.
No início da ocupação da cidade, os atuais bairros da Lagoa e Jardim Botânico eram repletos de chácaras e sítios.
No
final do século XIX, começaram a surgir as fábricas, a partir da criação de linhas de bonde em 1871. Em 1884, implantava-se no
bairro a Companhia de Tecidos Carioca, na atual Rua Pacheco Leão, junto ao Rio do Algodão, onde se
instalou a Vila Operária Sauer. Em 1889, surgiu a Fábrica de Tecidos
Corcovado, na Rua Jardim Botânico. Depois de demolidas, as fábricas
deram origem a ruas residenciais do bairro.
A Fábrica de Tecidos
Corcovado foi
fundada por José da Cruz, em 1889, em terras da antiga chácara de João
Calhau.
A foto de Marc Ferrez, abaixo, mostra a fábrica como vista da Fonte da Saudade.
A foto de Marc Ferrez, abaixo, mostra a fábrica como vista da Fonte da Saudade.
A
fábrica encerrou suas atividades na década de 1940 e
teve seu terreno desmembrado em lotes para a construção de moradias, já
de população de maior poder aquisitivo que os operários.
A vila dos operários da Fábrica Carioca, composta por 132 casas em 1921, e a Vila Sauer, de propriedade da Companhia de Saneamento, cuja construção se iniciou em 1891 e se compunha por 89 casas para famílias operárias e 22 cômodos para solteiros, estes situados em um mesmo prédio da rua Abreu Fialho.
Quando a América Fabril comprou a Fábrica Carioca de Tecidos, incorporou também a Vila Sauer.
Assim, na década de 1920, todo o casario operário do Horto passou à propriedade da América Fabril. Porém as terras da região eram, e ainda são, da União. As vilas operárias situavam-se onde hoje se encontram as ruas Abreu Fialho, Caminhoá, Estella, Pacheco Leão, Fernando Magalhães, Alberto Ribeiro e Mestre Joviniano.
A Fábrica Carioca tinha um Clube para os seus funcionários, situado onde hoje é a Rede Globo (Rua Von Martius) e era tradicional no seu time de futebol e nos bailes que promovia. Havia ainda a Escola da Fábrica, a farmácia da Fábrica... uma série de instituições de fomento a Cultura e ao lazer dos trabalhadores. Muito desse patrimônio foi incorporado pela América Fabril e alguma coisa ficou para trás no tempo, restando apenas na memória dos moradores.
Muitos desses operários das fábricas e moradores da Chácara do Algodão eram militantes comunistas e a organização deles era bastante combativa e ligada ao Partido Comunista.
Fotos Reprodução da internet
Uma correção: a capela (depois, igreja) de São José, erguida em 1898, não se localizava no terreno da atual Igreja de São José da Lagoa, mas sim na Rua Jardim Botânico, 563, onde hoje está o Colégio Ignácio Azevedo Amaral e a Escola Municipal Shakespeare. No terreno da atual pracinha, ao lado da atual igreja, foi construída, na década de 1960, uma igrejinha provisória, que foi usada enquanto era construída a igreja definitiva (a de vidro). Ass.: Charlotte Freudenfeld (moradora do bairro há 70 anos)
ResponderExcluirObrigada pelas suas informações.
ResponderExcluirMuito enriqueceram esse post.
Abraços,
Elizabeth
Gostaria tanto de saber mais sobre a antiga capela/igreja de São José da Gavea. Meu trisavô foi diretor das Fabricas Corcovado e Botafogo e consta que ele mandou reformar a capela no inicio do sec XX. Já tentei me informar na igreja matriz, na arquidiocese mas ninguém sabe nada. Nunca vi uma foto da capela.
ResponderExcluirEsqueci de dizer, bom artigo. Muito obrigado
ExcluirComo é bom saber da história dos bairros e como surgiram obrigado Elizabeth
ResponderExcluirMeu Avô, João Fuentes Carvalho, espanhol das Canárias, fez parte do corpo de congregados marianos da Igreja São José da rua Jardim Botânico, ali próximo da rua Faro onde entâo residia, e que tempos depois mudou-se para a rua Pacheco Leão, 1428, lá no Horto.
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