Muita gente não sabe dimensionar a série de escândalos que assola a Petrobras.
A Confraria do Garoto tem sua medida.
Hoje, primeiro
dia 13 do ano, eles fizeram uma sessão de descarrego na sede da
estatal, na Avenida Chile, usando vassouras de arruda. A última — e
única — vez que o folclórico grupo com 40 anos de tradição usou de tal
artimanha foi em 1991, quando lavaram a emblemática Casa da Dinda, em
Brasília.
— A coisa é brava, tivemos que usar vassoura de arruda e
lavanda importada, a nacional não dava conta — explica Nelson Couto, o
“Xerife”, líder da confraria.
— Quando usamos a vassoura de arruda na
entrada da Dinda o resultado foi bom. O Nandinho (como Xerife nomeia o
ex-presidente Fernando Collor) nem pôde correr naquele dia.
Xerife conta que a manifestação não era partidária: o grande objetivo é lavar a empresa, tirar a estatal desta má fase com pétalas de rosa, água de cheiro e muita arruda, marca registrada do grupo. Ele espera que a limpeza melhore o astral da empresa, faça a cotação do petróleo subir, a ação da empresa se valorizar e leve embora os corruptos. Segundo ele, o petróleo é nosso e a Petrobras também.
Mas a investida na Petrobras não foi das melhores. A estatal fechou as grades de sua sede e o grupo não conseguiu lavar as escandarias. Xerife conta que, na véspera, durante uma manifestação do Sindipetro, as grades estavam abertas. Sem acesso à cobiçada escada, a solução foi varrer a entrada da estatal e distribuir galhos de arruda aos funcionários que entravam na companhia. A população acompanhava e aplaudia: “Não adianta só varrer não, tem que lavar e pra lavar bem lavado tem que ser com lava-jato”, disse um entregador que passava pela Avenida Chile, escancarando o trocadilho com a operação da Polícia Federal que apura os desmandos na empresa.
Fomos barrados na Petrobras ( QUE VERGONHA PETROBRÁS!), não lavamos as escadarias, mas não tem problema: as pessoas estão levando a arruda lá pra dentro, estão levando o cheiro da lavanda em seus sapatos, isso vai funcionar que nem remédio contra barata, um leva e depois as outras vão embora, esperamos que consigamos “descorruptar” tudo. Muitos funcionários da empresa pegaram a arruda, mas quem não pega fica de cara amarrada, devem ser os que fazem as coisas erradas — disse Xerife, com seu bom humor habitual.
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