sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Disco


Vou "furar" aqui a amiga do RIO QUE MORA NO MAR , Helô,
do ótimo blog RIO EM DISCO - recomendo! -
e postar e
ste, que é um LP difícil de encontrar,
por ter sido feito no ocaso da era vinil e em tiragem comemorativa.
Lançado em 1992, no centenário de Copacabana,
tem na capa a paisagem da praia, quando tudo era
praticamente areal, e só existia o Copacabana Palace.
O disco trazia clássicos da música que falavam do bairro
e uma inédita, à época,
a última música composta por Ronaldo Bôscoli,
que nos versos precisos, deixava sua marca registrada.
Copacabana de Sempre - Menescal e Bôscoli
Copacabana, praia dourada
Marcada a sol em mim
Sei do seu corpo de areia
Sei das amargas sereias
Asas atadas aos pés
Ondas dos meus jacarés
Copacabana, berço da bossa
Coisas tão nossas im
Ficou tão lindo o seu rosto
Posto que bem mais mulher
Venha comigo pra ver
Tudo que eu quero dizer
Inda que seja breve
Ou que leve a vida e mais
Vamos por esses becos
Esquinas, bares que eu sei demais
Toda Copacabana que mora em frente
Ao mar azul de anil
Nada é mais carioca que a nossa copa
Que o seu perfil
Copacabana, de mar inteiro
Do mar primeiro bem
Eu me confesso pequeno
Face a seu corpo moreno
Face ao Atlântico Sul,
Copacabana

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Estábulos em Copa?

Difícil de imaginar - como chama o anúncio - um estábulo na Avenida N.S. de Copacabana - lá quase no Leme - e outro na Santa Clara, próximo à praia (pelo número, é). Mas havia também um na Rua Duvivier, esquina de Nª Sª de Copacabana, e alguns outros pelo bairro. Eles existiram até por volta de 1940. Lá as pessoas faziam filas com garrafas para esperar para receber o leite recém-ordenhado.
Detalhe para o chique do estilo art nouveau do anúncio e dos brasões de Portugal e do Brasil. José Marques era português.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MAM 60 anos


Em 1948 foi assinada a ata inaugural do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo como presidente Raymundo de Castro Maya, que se instalou, provisoriamente, na sede do Banco Boavista.
Seu acervo foi formado inicialmente ao longo dos anos 40 e 50 por inúmeras doações de artistas, empresários e algumas instituições oficiais, e hoje é uma das coleções de arte do século XX mais importantes no país.
Lugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo no país, o MAM do Rio de Janeiro viu nascer parte considerável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossos artistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeira turma de adultos de Ivan Serpa , ao Neoconcretismo (1959); do Ateliê de Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelas exposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972) aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à Área Experimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que por ele passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para o florescimento de suas obras.
O prédio modernista representa um marco na arquitetura brasileira, resultado das linhas retas do arquiteto Affonso Eduardo Reidy e do projeto paisagístico de Roberto Burle Marx.

"Pensado para dialogar com a paisagem - a horizontalidade da composição para fazer frente ao perfil dos morros cariocas -, as fachadas envidraçadas, trazendo para o interior o paisagismo de Burle Marx, o projeto de Reidy apresenta-se racionalista e plástico a um só tempo. Não há distância entre a estrutura e a aparência final. Os vãos livres têm um fim prático: a liberdade de composição oferecida ao espaço expositivo, o convite ao jardim no plano térreo. Do cuidado com o concreto aparente à escolha dos granitos e pedras portuguesas, o projeto ganha o parque. "

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O bonde de São Januário


O GUIA DO PASSAGEIRO DE BONDE - janeiro de 1938 - , diz na sua introdução: 


"O bonde nada tem de bond...oso. é pesado, intransigente, tem um caráter tão firme que não recua sem muito refletir nem pedir licenças aos colegas que vêm correndo na cauda. É claro que com um bicho desse tamanho (tamanho de um bonde) é preciso que quem o toma se porte com a necessária precaução se quiser voltar para casa com os ossos no lugar em que a natureza os colocou, de acordo com os tratados de anatomia."


Espalhadas pela cidade, algumas de suas linhas foram inspiradoras de músicas.O bonde da linha São Januário foi uma delas. O itinerário dele era: Largo de São Francisco de Paula/ Andradas/ Presidente Vargas (lado impar)/ Francisco Bicalho/ Francisco Eugênio/ São Cristovão/ Fonseca Teles /São Luiz Gonzaga/ Praça Vicente Neiva /São Januário/ Teixeira Junior/ General Almério de Moura /Coronel Cabrita /Praça Argentina .O samba de 1940 fala da linha operária.


O bonde de São Januário (Wílson Batista e Ataulfo Alves)

Quem trabalha é que tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde São Januário
Leva mais um operário:
Sou eu que vou trabalhar
Antigamente eu não tinha juízo
Mas resolvi garantir meu futuro
Vejam vocês:
Sou feliz, vivo muito bem
A boemia não dá camisa a ninguém
É, digo bem


Mas a letra original não era essa. Antes, era 

leva mais um sócio otário e sou eu que vou trabalhar.

Por que mudaram a letra?
 
O contexto histórico era o Estado Novo, o Brasil de Getúlio Vargas. Nesse período, quem estivesse portando violão - a expressão do malandro - poderia ser preso. E aconteceu que a Polícia Especial e o Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP - “sugeriram”, não com muita doçura, a mudança da letra. E se os autores não fizessem isso, seriam torturados. Assim, o sócio otário se tornou operário .

E a ironia, com o tempo, tornou-se uma louvação.




segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Túnel do Pasmado

Muito interessante o vídeo abaixo.
É uma reportagem sobre a inauguração do "moderno" Túnel do Pasmado.
A ligação do bairro de Botafogo aos de Copacabana e Urca, sob o morro do Pasmado, representou muitas facilidades de transporte e locomoção para a cidade.
As suas obras foram iniciadas em 1947, na administração do então prefeito Hildebrando de Góis, e concluídas em 1952 na administração de Mendes de Morais.
Como curiosidade, foi cenário para uma seqüência de ação no filme Roberto Carlos em ritmo de aventura, em 1967, quando o cantor passa, voando de helicóptero, por dentro do túnel.
Ouçam, também, os dados numéricos falados pelo locutor. Aliás, sua empostação da voz, é outra curiosidade, característica da época.

A favela que se vê acima no Morro do Pasmado foi demolida em 1964, com seus moradores sendo removidos para a Vila Kennedy, perto de Bangu.

domingo, 26 de outubro de 2008

Domingo, dia de pernas de fora!

Outra frase clássica de Ibrahim Sued.

reprodução - fotolog Carioca da Gema

Garimpada na internet,
a foto acima revela a ousadia das pernas de fora, em Copacabana, na década de 50.

sábado, 25 de outubro de 2008

Sábado, dia de saias curtas!

Essa frase era repetida todos os sábados, pelo jornalista Ibrahim Sued em sua coluna. Interessante e divertida dava o tom de leveza às notícias de um sábado.
Nesse clima, a foto abaixo que mostra as saias curtas da década de 40, na avenida Atlântica, em um tempo da via estreita de mão dupla, com o saudoso cine Rian, ao fundo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Roberto Menescal

É um dos maiores nomes do movimento que originou a Bossa-Nova . A música invadiu sua vida desde sempre. Aprendeu vários instrumentos, mas foi mais forte a partir de uma academia de violão, fundada com Carlos Lyra. Lá deu aulas, entre outros, para Nara Leão.

Iniciou sua carreira profissional em 1957, acompanhando ao violão a cantora Sylvinha Telles e em 1958, formou, juntamente com Luiz Carlos Vinhas, Bebeto, Henrique e João Mário, o Conjunto Roberto Menescal. Por esse tempo participou da gravação do disco "Os Garotos da Bossa Nova", deu os primeiros passos como compositor, veio a amizade e grande parceria com Ronaldo Bôscoli. "O Barquinho", composição da dupla, de 1961, o levou ao famoso Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova York, em 1962. Que como conta o próprio Menescal "nesse Festival tinha de tudo, até Bossa-Nova".

Além de Ronaldo Bôscoli, seu grande parceiro, compôs com Paulinho Tapajós, Lula Freire, Carlos Lyra,Marcos Valle, Chico Buarque, Joyce, dentre outros.
Clique na foto abaixo e ouça Ah! Se eu pudesse,
de Menescal e Bôscoli,
com o próprio Menescal e Wandá Sá

A bela letra de Ah! Se eu pudesse
Ah!, se eu pudesse te buscar sorrindo
E lindo fosse o dia, como um dia foi
E indo nesse lindo, feito para nós dois
Pisando nisso tudo que se fez canção
Ah!, se eu pudesse te mostrar as flores
Que contam suas cores para a manhã que nasce
Que cheiram no caminho quem falasse
As coisas mais bonitas para a manhã de sol
Ah!, se eu pudesse, no fim do caminho
Achar nosso barquinho e levá-lo ao mar
Ah!, se eu pudesse tanta poesia
Ah!, se eu pudesse, sempre, aquele dia
Ah!, se eu pudesse te encontrar serena
Eu juro, pegaria sua mão pequena
E juntos vendo o mar
Dizendo aquilo tudo, quase sem falar

Roberto Menescal aniversaria amanhã.
PARABÉNS!!!


quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ronaldo Bôscoli - 80 anos!


Carioca , sobrinho-bisneto da compositora Chiquinha Gonzaga, RONALDO BÔSCOLI começou a trabalhar como jornalista esportivo no "Diário da Noite". Depois foi repórter na "Última Hora" onde escrevia crônicas exaltando a bossa-nova, movimento do qual fez parte do pequeno grupo, que a ela deu início.

Por esse tempo conheceu Luis Carlos Miele, que seria seu grande parceiro em produções, e com ele idealizou o primeiro pocket-show - expressão criada por ele - no Little Club, no Beco das Garrafas, com Odete Lara , Sergio Mendes e Conjunto. A partir daí dirigiu dezenas de outros shows nesse lendário local.

Na música fez parcerias afinadas com Chico Feitosa, Luis Carlos Vinhas, Normando, Luis Bonfá, Luiz Eça, Wilson Simonal,Carlos Lyra, e até Roberto Carlos. Mas foi Roberto Menescal seu maior parceiro, com quem compôs O barquinho - música com diversas gravações no Brasil e no exterior -, Nós e o mar, Telefone, Vagamente, Ah! Se eu pudesse, A Volta e muitas outras. Até a linda canção Rio, cujo verso foi inspiração para o título desse blog.

Ronaldo Bôscoli nos deixou em 1994
e completaria no próximo dia 28 de outubro,
80 anos.
A ele, nossa homenagem!
Ouça e se delicie
Você

Em tempo:
até nas datas, sua dupla com Menescal fica próxima, já que este aniversaria dia 25 de outubro. Mas Menescal é assunto para amanhã.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Pra ouvir e curtir!


A Rainha do Choro, ADEMILDE FONSECA,
em um vídeo histórico, cantando NOITES CARIOCAS.
Clique e curta!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Maranhense quase carioca...



Aqui chegou com 18 anos, Artur Azevedo, no final do século XIX, dominou o cenário teatral brasileiro, com um fino e gracioso humorismo . Consolidou a comédia de costumes brasileira, sendo, no país, o principal autor do teatro de revista, em sua primeira fase. Deixou cerca de 25 comédias, 19 revistas-de-ano e 20 operetas e burletas. Além disso, foi um dos responsáveis pela construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado logo após a sua morte ocorrida em 22 de outubro de 1908, quase um mês depois do seu contemporâneo e amigo, Machado de Assis.

Esse centenário de sua morte, em outubro de 1908, faço memória agora, através de seu último, e muito interessante texto:

"PLEBISCITO

A cena passa-se em 1890.
A família está toda reunida na sala de jantar.
O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade.
Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga.Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias.
Silêncio.
De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:

— Papai, que é plebiscito?
O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.O pequeno insiste:
— Papai?
Pausa:
— Papai?
Dona Bernardina intervém:
— Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar, que lhe faz mal.O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.
— Que é? que desejam vocês?
— Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito.
— Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é plebiscito?
— Se soubesse, não perguntava.
O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola:
— Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito!
— Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.
— Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito?
— Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito.
— Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!
— A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!...
— A senhora o que quer é enfezar-me!
— Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que era proletário. Você falou, falou, falou, e o menino ficou sem saber!
— Proletário — acudiu o senhor Rodrigues
— é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado.
— Sim, agora sabe porque foi ao dicionário; mas dou-lhe um doce, se me disser o que é plebiscito sem se arredar dessa cadeira!
— Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!
— Oh! ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer:
— Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o dicionário, meu filho.
O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:
— Mas se eu sei!
— Pois se sabe, diga!
— Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo!
E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.
No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário...
A menina toma a palavra:
— Coitado de papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso!
— Não fosse tolo — observa dona Bernardina — e confessasse francamente que não sabia o que é plebiscito!
— Pois sim — acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involuntário de toda aquela discussão — pois sim, mamãe; chame papai e façam as pazes.
— Sim! Sim! façam as pazes! — diz a menina em tom meigo e suplicante.
— Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangaram-se por causa do plebiscito!
Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do quarto:
— Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente.Ele entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço.
— É boa! — brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio — é muito boa! Eu! eu ignorar a significação da palavra plebiscito! Eu!...
A mulher e os filhos aproximam-se dele.O homem continua num tom profundamente dogmático:
— Plebiscito...
E olha para todos os lados a ver se há ali mais alguém que possa aproveitar a lição.
— Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em comícios.
— Ah! — suspiram todos, aliviados.
— Uma lei romana, percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É mais um estrangeirismo!..."

Texto extraído do livro “Contos fora da moda”, Editorial Alhambra-1982.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

No bairro da Glória...

Esse cartão postal mostra a curva da Glória , na década de 10, antes da existência do Hotel Glória.
Hoje, a curva é a rua da Glória e ,abaixo, continua sendo Avenida Beira- Mar.

sábado, 18 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos _ é HOJE!

A homenagem desse dia fica com a cara de um domingo.
Dia de brincadeira, de alegria.
E a ARCA DE NOÉ, poemas infantis de Vinícius,
lançado em 1978, representa muito bem tudo isso.
Nesse livro - todo ilustrado por Maria Louise Nery - ele apresenta toda a bicharada
e mais alguns objetos para as crianças. Uma coletânea de poemas dedicados a seus filhos.

Quando o poeta morreu estava justamente trabalhando nesse livro.
Ele e Toquinho musicavam os poemas para lançar em disco.
Uma curiosidade: a vontade de lançar um disco com poemas musicados
já vinha desde o nascimento de seu primeiro filho.




O relógio
Passa, tempo, tic-tac/Tic-tac, passa, hora/Chega logo, tic-tac/Tic-tac, e vai-te embora/Passa, tempo/
Bem depressa/Não atrasa/Não demora/Que já estou/Muito cansadoJ/á perdi/Toda a alegria/De fazer/
Meu tic-tac/Dia e noite/Noite e dia/Tic-tac/Tic-tac/Tic-tac...

O pingüim
Bom-dia, /Pingüim/Onde vai assim/Com ar apressado?/Eu não sou malvado/Não fique assustado/Com medo de mim./Eu só gostaria/De dar um tapinha/No seu chapéu-jaca/Ou bem de levinho/
Puxar o rabinho/Da sua casaca.

A galinha-d'Angola
Coitada/Da galinha /–D’angola/Não anda/Regulando/Da bola/Não pára/De comer/A matraca/E vive/
A reclamar/Que está fraca: / – "Tou fraca! Tou fraca!"

O pato
Lá vem o Pato/Pata aqui, pata acolá/Lá vem o Pato/Para ver o que é que há./O Pato pateta/
Pintou o caneco/Surrou a galinha/Bateu no marreco/Pulou do poleiro/No pé do cavalo/Levou um coice/Criou um galo/Comeu um pedaço/De jenipapo/Ficou engasgado/Com dor no papo/
Caiu no poço/Quebrou a tigela/Tantas fez o moço/Que foi pra panela.

Vinícius,
Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos_ parte 4

"Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar...."
( Dia da Criação/ Vinícius de Moraes)

Pois é. Hoje é sábado de uma primavera, e isso me lembra da crônica de Rubem Braga, na primeira primavera sem Vinícius, quando disse:

"Meu caro Vinícius de Moraes, lhe escrevo aqui de Ipanema para lhe dar uma notícia grave: a primavera chegou. Você partiu antes. É a primeira primavera de 1913 para cá, sem a sua participação. Seu nome virou placa de rua. E nessa rua, que tem seu nome na placa, três garotas de Ipanema usavam mini-saias. Parece que a moda voltou nessa primavera. Acho que você aprovaria.
O mar anda virado. Houve uma ressaca muito forte, depois um sudoeste com chuva e frio. São violências primaveris..."

Ah!... Porque hoje é sábado vamos recordar a voz do poeta interpretando o lindo poema O Haver.

Clique abaixo e curta!

Amanhã tem mais!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos_parte3


Um lindo poema de Vinícius de Moraes
com Copacabana, como inspiração.

Ele faz parte do livro NOVOS POEMAS II, de 1959, com poemas escritos entre 1949 e 1956.


Esta é Copacabana, ampla laguna
Curva e horizonte, arco de amor vibrando
Suas flechas de luz contra o infinito.
Aqui meus olhos desnudaram estrelas
Aqui meus braços discursaram à lua
Desabrochavam feras dos meus passos
Nas florestas de dor que percorriam.
Copacabana, praia de memórias!
Quantos êxtases, quantas madrugadas
Em teu colo marítimo!
– Esta é a areia
Que eu tanto enlameei com minhas lágrimas
– Aquele é o bar maldito.
Podes ver
Naquele escuro ali?
É um obelisco
De treva – cone erguido pela noite
Para marcar por toda a eternidade
O lugar onde o poeta foi perjuro.
Ali tombei, ali beijei-te ansiado
Como se a vida fosse terminar
Naquele louco embate.
Ali cantei
À lua branca, cheio de bebida
Ali menti, ali me ciliciei
Para gozo da aurora pervertida.
Sobre o banco de pedra que ali tens
Nasceu uma canção.
Ali fui mártir
Fui réprobo, fui bárbaro, fui santo
Aqui encontrarás minhas pegadas
E pedaços de mim por cada canto.
Numa gota de sangue numa pedra
Ali estou eu.
Num grito de socorro
Entreouvido na noite, ali estou eu.
No eco longínquo e áspero do morro
Ali estou eu.
Vês tu essa estrutura
De apartamento como uma colmeia
Gigantesca? em muitos penetrei
Tendo a guiar-me apenas o perfume
De um sexo de mulher a palpitar
Como uma flor carnívora na treva.
Copacabana! ah, cidadela forte
Desta minha paixão! a velha lua
Ficava de seu nicho me assistindo
Beber, e eu muita vez a vi luzindo
No meu copo de uísque, branca e pura
A destilar tristeza e poesia.
Copacabana! réstia de edifícios
Cujos nomes dão nome ao sentimento!
Foi no Leme que vi nascer o vento
Certa manhã, na praia.
Uma mulher
Toda de negro no horizonte extremo
Entre muitos fantasmas me esperava:
A moça dos antúrios, deslembrada
A senhora dos círios, cuja alcova
O piscar do farol iluminava
Como a marcar o pulso da paixão
Morrendo intermitentemente.
E ainda
Existe em algum lugar um gesto alto,
Um brilhar de punhal, um riso acústico
Que não morreu.
Ou certa porta aberta
Para a infelicidade: inesquecível
Frincha de luz a separar-me apenas
Do irremediável.
Ou o abismo aberto
Embaixo, elástico, e o meu ser disperso
No espaço em torno, e o vento me chamando
Me convidando a voar...
(Ah, muitas mortes
Morri entre essas máquinas erguidas
Contra o Tempo!)
Ou também o desespero
De andar como um metrônomo para cá
E para lá, marcando o passo do impossível
À espera do segredo, do milagre
Da poesia.
Tu, Copacabana,
Mais que nenhuma outra foste a arena
Onde o poeta lutou contra o invisível
E onde encontrou enfim sua poesia
Talvez pequena, mas suficiente
Para justificar uma existência
Que sem ela seria incompreensível.

Amanhã tem mais!


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos _ parte 2


Da parceria Vinicíus de Moraes e Francis Hime
surgiu a bela composição SAUDADE DE AMAR.
Aliás, essa canção é a responsável pelo encontro Francis e Olivia Hime,
que a interpretam,aqui, lindamente.
É só clicar na imagem, abaixo, e se deliciar!

Saudade de amar - Vinicius de Moraes / Francis Hime
Deixa eu te dizer, amor
Que não deves partir
Partir nunca mais
Pois o tempo sem amor
É uma dura ilusão
E não volta mais
Se tu pudesses compreender
A solidão que é
Te buscar por aí
Andando devagar
A vagar por aí
Chorando a tua ausência
Vence a tua solidão
Abre os braços e vem
Meus dias são teus
É tão triste se perder
Tanto tempo de amor
Sem hora de adeus
Oh, volta
Que nos braços meus
Não haverá adeus
Nem saudade de amar
E os dois, sorrindo a soluçar
Partiremos depois
***
Amanhã tem mais!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos!


No próximo domingo, dia 19 de outubro, VINÍCIUS DE MORAES completaria 95 anos.

Por isso, de hoje até lá o RIO QUE MORA NO MAR
vai homenagear, diariamente, o poeta.

Marcus Vinícius de Melo Moraes nasceu em meio a um forte temporal , durante a madrugada, à rua Lopes Quintas, no antigo número 114, ao lado da chácara do avô.
Seu nome cheio de "s" e seus múltiplos talentos fez Sérgio Porto, o impagável Stanislaw Ponte Preta, certa vez dizer que o poeta era plural, por isso se chamava Vinicius de Moraes; do contrário ele se chamaria Vinicio de Moral.
Essa é uma das curiosidades que aqui destacamos nesse primeiro post sobre o poetinha.

Um poeta hipocondríaco
Vinícius de Moraes era uma pessoa com mania de doença, chegando ao extremo de ser considerado hipocondríaco. Seu médico e amigo, Pedro Nava,uma vez teve que encontrá-lo, às pressas, porque Vinícius achava que estava com algum problema.
A história começou quando o poeta ligou para o amigo e disse que precisava se consultar com urgência. Como Pedro Nava não tinha hora e estava indo ver um cliente, combinou com o poeta encontrá-lo em uma esquina de Copacabana. Lá chegando o poeta disse que estava preocupado "porque há muito tempo não me sinto tão bem". O amigo, para não contrariá-lo - na verdade estava louco para rir - , lhe passou umas vitaminas e combinou no consultório, no dia seguinte. A que ponto chegava o poeta por não ter que tomar remédio nenhum!

Primeiras parcerias
Em 1932 ele fez suas duas primeiras músicas, em parceria com os irmãos Paulo e Haroldo Tapajós: um fox-trot chamado Loura ou Morena, no qual ele faz uma declaração de amor a todas as mulheres:
" Se por acaso o amor me agarrar/ Quero uma loura pra namorar/ Corpo bem feito, magro e perfeito/ E o azul do céu no olhar/...Mas se a loura eu não encontrar/ Uma morena é o tom/Uma pequena, linda, morena/Meu Deus que bom.... /";
e a Canção da Noite: "É noite, a lua fulgura no céu/ A calma na terra/ Estende o seu véu/Deitada em seus braços/ Sob o beijo do luar..../"

A idéia para Orfeu
O primeiro ato da peça surge em 1940 em Niterói, na casa de Carlos Leão. Vinícius estava lendo um livro sobre Orfeu e começou a escutar uma batucada que vinha do Morro do Galeão. Aí nascia a idéia de um "Orfeu sambista" de grande beleza interior, desejado pelas mulheres e invejado pelos homens.
O segundo ato só foi escrito quando ele estava servindo em Los Angeles, seis anos depois. Na peça, o Orfeu apareceira no carnaval carioca e buscava sua Eurídice em todas as mulheres. O terceito ato da peça, que perdeu-se na viagem de volta ao Brasil, foi reescrito em 1953, com o apoio do poeta João Cabral de Mello Neto. A peça foi premiada no concurso de IV Centenário do Estado de São Paulo, e em 1954 foi publicado na Revista Anhembi.


Uma pedra no sapato da ditadura
Em 1968, os militares que governavam o País estavam atrás de um pretexto para afastar Vinícius, por sua postura informal e sua atitude contestadora como poeta e letrista da música popular.Após 24 anos de carreira diplomática, o poeta foi exonerado pelo AI-5. Circulando entre os famosos, ganhou notoriedade na mídia internacional, tendo seu rosto estampado em várias publicações, até que um dia um desses jornais parou na mesa do presidente Costa e Silva. O marechal não teve dúvidas, demitiu Vinícius, acusando-o de ostentar um comportamento não condizente com a profissão diplomática. "Ponha esse vagabundo para trabalhar", ordenou Costa e Silva. A frase infeliz se tornou famosa.


O poeta no armário
Além de genial, Vinícius foi também o mais apaixonado e inseguro dos poetas. Nos anos 50, quando namorou a escritora Hilda Hilst - na época com metade da sua idade - morria de dúvidas quanto ao fato de ser correspondido ou não. Certa vez, combinou com os amigos um tira-teima para comprovar se a amada lhe tinha o afeto desejado. Escondeu-se dentro de um guarda-roupa, no intuito de flagrar uma declaração de amor secreta, enquanto Hilda conversava com as pessoas num jantar. Assim que Hilda deixou escapar que sentia a falta dele, Vinícius saltou para fora do armário e gritou, contente: "Está vendo, você me ama, pela primeira vez ouvi você dizer que me ama!"


Amanhã tem mais!

Maria Rita canta Cartola. LINDO!


Foi de Maria Rita um dos momentos mais bonitos do show realizado ontem no Canecão, em tributo aos 100 anos de Cartola (1908 - 2008). Talvez por já estar segura de sua própria identidade no mundo da música, a cantora se permitiu cantar música lançada por sua mãe, Elis Regina (1945 - 1982), e saudou o centenário do compositor com irretocável interpretação de Basta de Clamares Inocência, o samba-canção que Cartola deu a Elis em 1979 para ser gravado no álbum Essa Mulher.
Com a habitual segurança, Maria Rita defendeu a música num registro vigoroso que mereceu justa ovação da platéia...sua participação no show Cartola Eterno foi histórica.
(Mauro Ferreira - O Dia on line)
Clique na foto e veja esse belo momento !

Lua cheia sobre o Rio

Lua cheia sobre o Rio - foto de Marcos Tristão /cora.blogspot.com
Hoje chega mais uma LUA CHEIA!
E o Rio, com ela, mais bonito. Redonda, luminosa,envolvente... inspiradora, e que faz ,mais especiais, as noites cariocas.
Duas lindas composições, nela inspirada.

LUA DO ARPOADOR - Ivan Lins / Ronaldo Monteiro de Souza
Lua do Arpoador
Lua do Arpoador
Lua carioca
Lua que é sempre um show
Atrás da pedra emerge do Atlântico
Tão linda, jóia rara, corpo esplêndido
Faz quem te ver, ter olhos de romântico
Felicidade em cada rosto atônito
E o Rio ama em teu rastro de prata
Que no céu é um cinema
E que no mar é um poema
É paixão que entra em cena
Para as noites de Ipanema

LUA DO LEBLON- Lisieux Costa e Fausto Nilo
Enquanto cai a lua do Leblon,
uma mulher tocando violão
enquanto o sol flutua no japão,
ouço as estrelas mais difíceisde se ver,
você também podia aparecer,
eu já pedí até aos deuses do verão
pra que o céu ficasse azul,
pra que o planeta fosse um
do outro lado do seu coração.
Há fotografias de Hiroshima,
nos olhos das meninas do sertão,
pássaros perdidos na neblina
e o medo de se apaixonar
mas há um pássaro que vence um avião
por quem Picasso explodiu seu coração
pra que o céu ficasse azul
pra que o planeta fosse um
e a Humanidade encontrasse a mãe
A amiga do "Rio que mora no mar...", Gloria Maria, lembra que a 38ª edição do Horário de Verão (2008-2009) vem aí.

Terá início à zero hora do dia 19/10, agora, e terminará às 24 horas do dia 15/02 do ano que vem.
Nesses quase quatro meses, os relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Que ele seja bem-vindo. Pra celebrar, Samba de Verão, de Marcos e Paulo Sérgio Valle.
Clique aqui, ouça, curta e acompanhe com a letra!


Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
E passou, nem parou
Mas olhou só pra mim...
Se voltar vou atrás
Vou pedir, vou falar
Vou dizer que o amor
Foi feitinho prá dar...
Olha, é como o verão
Quente o coraçãoS
alta de repente
Para verA menina que vem...
Ela vem sempre tem
Esse mar no olhar
E vai ver, tem que ser
Nunca tem quem amar
Hoje sim, diz que sim
Já cansei de esperar
Não parei, nem dormi
Só pensando em me dar...
Peço, mas você não vem
Bem!Deixo então!
Olho o céu
Falo só
Mas você vem...
Deixo então!
Olho o céu
Falo só
Mas você vem...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Arte em Laranjeiras e Cosme Velho


Arte em Laranjeiras e Cosme Velho

Dias 18 e 19 de outubro (sábado e domingo), das 10h às 20h

Com o objetivo de integrar e divulgar as iniciativas artísticas, culturais e sociais, o 3º Arte em Laranjeiras e Cosme Velho traz para as praças e espaços de arte e cultura da região uma mostra do que estes bairros têm de melhor e mais criativo.

Nos dois dias do evento haverá muita música, dança, teatro, artes plásticas, artesanato, filmes, palestras.

Alguns eventos com pré-inscrição:

Conhecendo o Cosme Velho a Pé - Dia 18/10, sábado, às 9h45
Tour a pé pela Rua Cosme Velho enfocando os aspectos histórico, geográfico e arquitetônico da região. Será feito, também, um estudo comparativo das diversas fases do desenvolvimento do bairro, assim como o levantamento dos seus moradores mais notáveis.

Itinerário: Da praça da Rua Pires de Almeida até o Largo do Boticário, pela Rua Cosme Velho
Duração: 2 horas, aproximadamente
Ponto de encontro: praça da Rua Pires de Almeida
Período de inscrição: 08/10 a 18/
Telefone: 2265-9355

Conhecendo Laranjeiras a Pé - Dia 19/10, domingo, às 10h45
Tour a pé pela Rua das Laranjeiras enfocando os aspectos histórico, geográfico e arquitetônico da região. Será feito, também, um estudo comparativo das diversas fases do desenvolvimento do bairro, assim como o levantamento dos seus moradores mais notáveis.

Itinerário: Rua das Laranjeiras até a Praça São Salvador
Duração: 2 horas, aproximadamente
Ponto de encontro: praça da Rua Pires de Almeida
Período de inscrição: 08/10 a 18/10
Telefone: 2265-9355

Desafio Fotográfico - Trilharte - Dia 18/10 às 10h -
Gincana fotográfica com temas culturais da região
Ponto de partida: Praça São Salvador
Inscrição pelo telefone: 2225-2426, até o dia 17/10

domingo, 12 de outubro de 2008

Corcovado maravilha!


Os portugueses batizaram o morro de 
Pináculo da Tentação, 
depois o rebatizaram de Corcovado.




A ideia do Cristo na montanha do Corcovado 
partiu da Princesa Isabel.


Em 1859 o padre Pedro Maria Boss chegou, se deparou com a beleza da vista do Corcovado e pediu recursos à Princesa Isabel, para erguer um monumento religioso. 

Muitos abolicionistas tiveram a ideia de fazer uma estatua da Princesa Isabel em 1871 por conta da Lei do Ventre Livre assinada por ela e posteriormente pela Lei Áurea em 1888 também assinada pela Princesa Imperial Dona Isabel. Porém a Princesa Imperial recusou a construção de uma estátua em sua homenagem no topo do corcovado .
Foi nesse mesmo momento que a própria Princesa teve a ideia da construção da estátua de Jesus Cristo , “o verdadeiro redentor” em suas palavras como cristã.

A ideia da construção do monumento voltou à tona em 1921, para marcar a comemoração do Centenário da Independência do Brasil, no ano seguinte.

A intenção inicial era fazer um monumento, em bronze, representando Jesus Cristo abençoando o Brasil, do alto do Pão de Açúcar, que disputava com o Corcovado, o e o Morro de Santo Antônio. Venceu a opção pelo Corcovado, o maior dos pedestais e a pedra fundamental foi lançada no dia 4 de abril de 1922.
 
Quatro anos depois, as obras foram iniciadas. Através de um concurso, o engenheiro Heitor da Silva Costa tornou-se o responsável pelo projeto de construção do monumento. Para executar a maquete definitiva da estátua e estudar problemas de construção e de base, Heitor foi para a Europa, onde escolheu o arquiteto Paul Landowsky para desenvolver o projeto. Foi organizada, então, a Semana do Monumento - uma campanha para recolher contribuições dos católicos.
 

engenheiro Heitor da Silva Costa

Em 1928, uma comissão de técnicos examinou estudos, projetos e orçamentos. A armação metálica foi substituída por uma estrutura de cimento armado, e a imagem assumiu a forma de uma cruz. Vários materiais foram cogitados para o revestimento da estátua, mas por fim foi escolhida a pedra-sabão, que embora seja um material fraco é extremamente resistente ao tempo e não deforma nem racha com as variações de temperatura. 

Em 1931 não se falava outra coisa na cidade e o monumento do Cristo Redentor foi, enfim, inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, no alto do Morro do Corcovado. O evento de inauguração teve a presença do cardeal Dom Sebastião Leme, que disse: "... esta sagrada imagem seja o símbolo do vosso domínio, do vosso amparo, da vossa predileção, da vossa benção que paira sobre o Brasil e sobre os brasileiros...". 

Molde da cabeça do Cristo foi parar em leilão 

O molde original da cabeça do Cristo Redentor foi arrematado, em agosto de 2001, pela Prefeitura do Rio, em um leilão, por R$ 84 mil. A peça, que serviu de base para a construção do rosto da estátua, foi feita em terracota e mede 70 cm de altura. Sua construção data de 1926 e estava em poder da família de um ex-empresário do setor têxtil. 

A Estrada de Ferro do Corcovado 

É mais antiga a Estrada de Ferro do Corcovado e faz aniversário três dias antes da estátua, no dia 9 de outubro. 

Inaugurada em 1884 por D. Pedro II, foi a primeira ferrovia eletrificada do Brasil. 

O caminho que leva à estátua do Cristo Redentor nasceu da paixão do imperador D. Pedro II pela paisagem local. A implantação da Estrada de Ferro do Corcovado foi iniciada em 1882. Dois anos depois, o trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras foi inaugurado, com a presença da família imperial. O trem, na época a vapor, foi considerado uma modernidade idealizada pelos engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares por percorrer 3.829 metros de linha férrea, em terreno totalmente íngreme.

 Um detalhe importante
O sistema de tração através de cremalheiras, catracas que impedem o trem de escorregar na subida mesmo que seja obrigado a parar, é utilizado desde da fundação da estrada. 

Em 1885, é inaugurado o trecho entre as Paineiras e o Corcovado, completando assim a extensão total da Estrada de Ferro. Em 1910 foi substituído o vapor pela eletricidade, devido a questões econômicas e ambientais. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira estrada de ferro eletrificada da América do Sul, a Estrada Cosme Velho-Corcovado. Em 1979, os pioneiros vagões, em madeira, foram aposentados. Famosos no trem D. Pedro II foi o primeiro, mas muitos visitantes famosos já passaram pelos trilhos da Estrada de Ferro do Corcovado. 

Subiram no trem o cientista Albert Einstein,
 o rei Alberto da Bélgica,
a princesa Diana ,
Santos Dumont,
os ex-presidentes Getúlio Vargas
e Epitácio Pessoa,
dentre outros.


As fotos mostram a construção do monumento, a estação original - tombada pelo Patrimônio - , o antigo vagão em madeira e o molde do rosto.




sábado, 11 de outubro de 2008

Carioquinha continua no Trem do Corcovado!


A promoção Carioquinha, que dá direito a visita ao Cristo Redentor com desconto de 50% no bilhete do trenzinho (R$ 18 com o desconto), foi prorrogada até 15 de dezembro.

A promoção é somente para os nascidos e moradores do Rio e Grande Rio. Para aproveitar basta apresentar comprovante de residência e carteira de identidade nas bilheterias da Estação do Trem do Corcovado. Rua Cosme Velho, 513 - Cosme Velho.

IMPERDÍVEL!!!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mais duas propagandas antigas

Mais duas propagandas antigas de companhias aéreas, com o RIO em destaque.

Dessa vez, temos a da VARIG - década de 50 - e a da REAL - década de 60.
Destaque para o tratamento gráfico em desenho, característico até a década de 70.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Por causa de uma árvore...

Estava querendo fazer um post, aqui no blog, sobre árvores. Tenho uma árvore em frente à janela, e depois dela ficar completamente desfolhada, hoje, sua copa está linda, cheia, verde. Esse movimento da natureza me encanta!

E aí me lembrei da poesia Velhas Árvores de Olavo Bilac!

E aí me lembrei, claro, da Dona Albertina, à medida que ia escrevendo seus versos. Foi inevitável.

Ah! Aulas de Português inesquecíveis que me fazem, até hoje, escrever cantando proparotonos, na ênfase da sílaba acentuada, ou me fazem ouvir o “com s” ao escrever análise. Aquele universo de sujeitos, predicados, concordâncias ainda ecoam nos meus ouvidos.

Ah! Ginásio São Marcos, da São Salvador, perto da praça.
 Do sinal sonoro  às sete horas pra entrarmos, a apresentação da caderneta para presença e a subida enfileirada em silêncio.

Sempre estudei nas salas do andar superior e pra chegar até lá, passava pelo interior, que era exuberante: os salões do térreo, aquela maravilhosa escada em curva, a claraboia linda.

 Naquela época tinha lugar marcado. A gente não sentava onde queria e ainda tinha lugar de prova!

Não me lembro de todos os lugares, apesar da turma pequena, mas eu sentava na segunda carteira da fila do meio, ao lado do Guiga,  Guilherme Daudt de Oliveira. À minha frente sentava o Hélio Moura Lima Filho, atrás o Alfredo Caminada, a Márcia Furtado, à direita o Luis Antônio Bandeira de Melo, a Sonia Cristina Cavalcanti Barboza., amiga até hoje, de toda uma vida, e só. Não mais.

Mas Dona Albertina gostava que decorássemos poesias. E valia nota!

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra o coração!...
... Ser mãe é andar chorando num sorriso! ...Ser mãe é ter um mundo e não ter nada! ...Ser mãe é padecer num paraíso!

Íamos nós lá pra frente e tentávamos, sem titubear, falar a poesia em busca de nota. Teve Coelho Neto, Raymundo Corrêa e um dia chegou a vez da poesia de Olavo Bilac.

Olha estas velhas árvores, - mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto à sombra delas

Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,Dando sombra e consolo aos que padecem!


Às vezes saía cada bobagem, uma palavra truncada, um verso atropelado e a turma caía na gargalhada.

Relendo esses versos hoje, recordei da farra, da alegria, da camaradagem...

...do Programa de Vernáculo, do Diário de Lições, cujos retângulos eram insuficientes para o dever de casa de Dona Albertina, com a análise sintática, ditada e exigente, mesmo após a sirene de término da aula...

...das regras de acentuação – “acentuam-se todos os “i” e “u” tônicos nos hiatos” ; ”os oxítonos terminados em a, e, o, seguidos ou não de s”; “ paroxítonos terminados em l, r, s, x, ps”; “ os ditongos abertos éu, éi, ói " e outras tantas, que ao escrever, repito mentalmente...

...da conjugação dos verbos “ quando eu o vir...” , “quando vier...”... do aposto, dos adjuntos, dos predicativos...
...das silepses, das metáforas, dos pleonasmos...

Em tempos de uma língua tão mal falada e escrita, de tanta gíria menor sem criatividade, tanta grosseria em letras de música; das baboseiras do mau uso da internet, de absurdos que se lê em redações de vestibular, em concursos públicos, em despachos de magistrados, só consigo dizer: não aprenderam com Dona Albertina Anachoreta Amazonas.


A ela saudades, e obrigada!




Dia das Crianças



Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança.

No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa.

No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças. Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata.

Somente em 1955 a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing .

Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da Estrela ( indústria de brinquedos) , lançou uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson: a Semana do Bebê Robusto. O sucesso da campanha logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos. Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a Semana da Criança com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizassem a comemoração do 12 de outubro, criado pelo deputado Galdino.

Dessa forma, o Dia da Criança passou a incorporar o calendário de datas comemorativas do país.

Propaganda antiga da ESTRELA, da década de 80, especial para o Dia da Criança




quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Reproduzo uma declaração de amor ao Rio feita por Antônio Houaiss, em dezembro de 1981, e que ele denominou "RIOMANIA"


"Vício fecundo e sadio de dar e dar-se ao Rio,
dito Rio de Janeiro, 
redito Cidade do Rio de Janeiro, 
antedito São Sebastião do Rio de Janeiro, 
predito e multidito e mundidito 
Gloriosa Cidade do Rio de Janeiro, 
transdito Cidade Maravilhosa."


 Curiosidade: em seu dicionário os verbos "multidizer, mundidizer e transdizer" não são registrados, mas seus particípios utilizados , acima, são perfeitamente inteligíveis. 

Agradecimento a Marcílio Bevilaqua , que enviou a beleza, acima, ao amigo Sergio Boruchovitch, que me enviou.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

"Um passeio dos olhos pode ajudar .
Quando ando na rua, tudo é a minha cidade e meu mundo. Os olhos não perguntam de quem é para achar feio ou belo, para achar aborrecido ou atraente. As ruas, as casas, as montanhas, o mar; tudo é paisagem; tudo é minha cidade."

Pedro Augusto Lessa
(arquiteto urbanista , professor do Programa de Educação Urbana -SMU/Prefeitura do/RIO- e Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ)


Um belo trabalho de se conhecer, "as ruas onde moro"
comemora 7 anos .
Mais um tijolo na construção da memória.


Vale a pena ver! http://acd.ufrj.br/~petrus/arquivo.html

segunda-feira, 6 de outubro de 2008


O belo choro Cinco Companheiros , de Pixinguinha, executado por uma roda de choro na Escola Portátil de Música, do Rio de Janeiro.
Clique aqui!

O maravilhoso é que tudo foi feito na hora, sem ensaios.

BRAVO!!!

sábado, 4 de outubro de 2008

Macaco Tião

Hoje é dia de São Francisco de Assis, que amou os animais.

Nesse dia, quero relembrar um que é a cara do Rio, o saudoso Macaco Tião.Ele foi um chimpanzé do Zoológico do Rio Janeiro bastante querido e se tornou uma celebridade no Brasil, quando para a Prefeitura do Rio de Janeiro teve 9,5% e mais de 400 mil dos votos dos eleitores, e ficou em terceiro lugar, em posição melhor do que outros candidatos humanos.

Com 1,52m de altura e 70kg, Tião ganhou esse nome, em homenagem ao padroeiro da cidade - São Sebastião - já que nasceu próximo ao seu dia, 16 de janeiro de 1963. Carioca da gema - nasceu no Zoo carioca -, quando filhote ele passeava pelo zoológico de mãos dadas com seus tratadores e visitava diariamente as salas da administração onde gostava de brincar com máquinas de escrever e telefones. Essa estreita convivência com o ser humano acabou por modificar seu comportamento, tornando-o um tanto quanto "humanizado". À medida em que Tião foi crescendo e ganhando força de chimpanzé adulto, seus passeios foram tornando-se cada vez mais complicados. E logo, ele tomou posse de seu lar definitivo, o espaço mais nobre, festivo e visitado do Zôo.

Ele sempre foi motivo de grande atenção, pois tinha diabetes e características personalíssimas: era temperamental, ciumento, exigente, mas muito carinhoso, brincalhão, inteligente e comunicativo.

Certa vez fui ao Zoológico e fiquei observando o Tião. Naquele tempo ele já estava grisalho, mas lindo como sempre. Ele era imponente e grande para chimpanzé. De longe, vi o biólogo conversar com ele, tentando convencê-lo a tomar uma garrafinha, tipo mamadeira, de algo como uma vitamina. Mas o Tião resisitia e não pegava a tal garrafinha. Dali de onde eu estava, fiquei encantada com a dedicação daquele profissional e, principalmente, com o carinho. Levou algum tempo, mas o Tião pegou a garrafinha e ficou bebendo, olhando e fazendo carinho naquele rapaz.

Com certeza essa cena, inesquecível, é das mais bonitas que presenciei na vida.

Vários jornais brasileiros registraram o falecimento em 23 de dezembro de 1996, vencido pela diabetes, aos 34 anos, inclusive o jornal francês LE MONDE, que a divulgou a notícia em primeira página. O prefeito da cidade César Maia decretou luto oficial e determinou bandeiras festivas a meio-pau, no Zoológico durante 8 dias.

O ato do prefeito me emocionou e a todos que gostamos e respeitamos animais. No dia 16 de janeiro de 1997, Tião ganhou uma placa de bronze em frente ao portão principal do Zôo, uma estátua de corpo inteiro e a alameda central passou a se chamar Alameda Macaco Tião. Na Barra da Tijuca ele ganhou uma praça com seu nome.

Solteirão convicto, Tião não deixou descendentes.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

50 anos de Bossa Nova


Um passeio delicioso pelo universo da Bossa Nova!
Clique na figura e curta muito! São depoimentos, músicas, fotos, histórias.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Duas propagandas antigas de empresas aéreas, sobre o Rio.
Um da PanAm e outra do Loide Aéreo.

Pão de Açúcar e Corcovado: ícones sempre presentes.



quarta-feira, 1 de outubro de 2008


Começo outubro homenageando Cartola.
Nesse mês de seu centenário - 11 de outubro - vale ouvi-lo cantando
a linda
O Sol Nascerá.

Como diz Nelson Sargento,
"Cartola não existiu, foi um sonho que a gente teve."

E que sonho!

Em tempo: Hoje começa a ser distribuído, por e-mail,
a edição de outubro do Rio que mora no mar...
Quem ainda não recebe pode solicitar
pelo e-mail rioquemoranomar@oi.com.br .