Nada melhor para comemorar a data que a poesia de Olavo Bilac.
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Uma curiosidade interessante: o carioca Olavo Bilac além do poeta parnasiano, de primeira linha, assinou com os mais variados pseudônimos - entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc - excelentes matérias humorísticas e satíricas na imprensa do tempo do Império e dos primeiros anos da República.
Qualquer dia desses publicaremos uma delas.
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