domingo, 30 de dezembro de 2012

Como começou o Réveillon em Copacabana



O réveillon nas areias de Copacabana 
surgiu nos salões do Copacabana Palace.


Réveillon antigo, com os fogos sobre a areia.



Queima de fogos atual, a partir do mar



O empresário Ricardo Amaral resolveu incrementar a festa que produzia no hotel - 1981 - com uma queima de fogos na rua. Para financiar a ideia, usou a boa relação com a família Guinle, então proprietária do hotel.

Nessa primeira edição, em 1981, cerca de 500 pessoas lotaram o Golden Room para assistir à queima de fogos em frente ao Copa. No ano seguinte, a festa se estendeu ao terraço e ao salão nobre, de onde quase 1.200 espectadores viram os fogos. Houve um patrocínio e o foguetório aconteceu também no Leme, onde o empresário Mario, da churrascaria Marius, se somou à empreitada, e no Posto 5.

Em 1983, a festa já começou a atrair a cidade para lá.

Conhecido como o rei da noite carioca, Amaral se encarregou da festa até 1988, quando a prefeitura assumiu a organização do evento. Mas os fogos eram colocados nas areia em cercadinhos, próximos ao público sem nenhuma segurança. A partir de 2001, foram colocados em balsas no mar e, desde então, outras tecnologias vêm se somando para causar mais impacto e inovação.

Também se somou a essa nova festa, em 1987, a cascata de fogos do extinto Hotel Méridien, que parou de acontecer em 2002, face a insegurança que tal espetáculo provocava e que sempre contrariou as norma do Corpo de Bombeiros.

Imagem relacionada  Resultado de imagem para cascata do hotel meridien



Aliás, as praias do Rio na virada do ano eram dos devotos de Iemanjá. Eles, através de sua crença proporcionavam lindo espetáculo que atraía muita gente para vê-lo. Montavam desde cedo barracas, cercados de flores - geralmente palma de santa rita - e nesses terreiros faziam seus cânticos, batuques, agradecimentos, preces. Faziam atendimento ao público e quando a noite chegava aqueles cercados - e eram muitos ao longo de toda a praia - acendiam as velas, fazendo desenhos nas areias. Isso acontecia não só em Copacabana. As praias de maior presença dos cultos da Umbanda à Iemanjá eram Copacabana, Flamengo, Praia da Bica , na Ilha do Governador e Praia Vermelha.. Muitos centros de umbanda, no entanto, preferiam as cachoeiras, onde existe o ritual até hoje.

Copacabana era o local mais procurado para se ir ver esses rituais que se transformavam em espetáculos. Ao longo da praia surgia um desenho singular de luzes e do branco dominante das roupas das mães de santo e seguidores. À meia-noite todos os centros e seus participantes entravam no mar para suas oferendas e surgia um novo espetáculo de cores, barcos enfeitados e muitas flores.

Na verdade, réveillon na praia era isso. Era ver esse tempo de devoção, que transformava as praias cariocas em templo. Era um espetáculo belíssimo.




Com o surgimento dos fogos, em 1981, o espaço para a prática religiosa foi tirado e o foco se tornou a queima de fogos.



A todos os leitores do blog

FELIZ ANO NOVO!


2 comentários:

  1. Belo testemunho histórico, vou colocar no meu blog com a devida autoria. Mas o que eu sei é que:

    Na Véspera do Ano-Novo de 1971, uma churrascaria promoveu a primeira queima de fogos no bairro. Porém, só a partir do réveillon de 1976, pela iniciativa do antigo hotel Méridien-Rio, o evento passou a fazer parte da tradição de fim de ano carioca.

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  2. Obrigada pelo seu passeio no blog RIO QUE MORA NO MAR.

    Sobre o evento dos fogos no Réveillon do Rio, a churrascaria que você cita é a antiga Mariu's, que ficava na Atlântica, no Leme, do Mairos Fontana. Hoje tem outro nome.
    A queima de fogos que ele fazia era só em frente ao seu restaurante, pra atrair clientes no réveillon. Muitos sempre soltaram fogos à meia-noite. Inclusive os centros de umbando que antigamente ocupavam as areias da praia de Copacabana do dia 31.

    A cascata do Méridien era também voltada para chamar a atenção dos clientes. E se somou, e se repetiu por vários anos e terminava, depois, a queima de fogos. Ao final, todos nos voltávamos proprédio aguardando a cascata.
    Mas como marco da união da rede hoteleira, a prefeitura e como evento chamando a Zona Sul para ver o espetáculo, foi 1981.Depois atraiu a cidade toda e virou evento internacional.

    Meninos eu vi!

    E trabalhava na RIOTUR - empresa de Turismo do Rio - à época.

    ABS
    Elizabeth

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