domingo, 15 de fevereiro de 2015

A mulher do tricô no Carnaval carioca

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 CARNAVAL

Teve um tempo que era hábito passear na avenida Rio Branco, nos dias de carnaval. 
Andar pra lá e pra cá. Era um footing.Pra lá se ía, ver as fantasias,a decoração da cidade, os blocos, rir com a ironia dos grupos.
Fiz muito isso na minha infância. Saía com o tradicional saquinho de filó, que ganhava, cheio de confete e serpentina e jogava ao longo do passeio em outras crianças - também recebia tantos outros -  e era uma diversão.

Muitos personagens eram os mesmos.
Lá estavam eles na sua folia particular. Como... a mulher fazendo tricô, de pé, no Theatro Municipal.




Solitária, totalmente introspectiva, nada olhava ao redor. Parecia que nada ouvia.Podia passar um super bloco e sua bateria potente, mas ali permanecia ela a tricotar e olhar fixamente as suas agulhas e sua linha. Sempre de cabelos presos, vestido, comprimento abaixo do joelho, de manga (fizesse o calor que fizesse) e lenço no pescoço.
Ficava em pé (!)  no parapeito da lateral do teatro, pessoas ao seu redor .Não sambava, não cantava, não respondia a perguntas, brincadeiras.

Uma figura intrigante.

Eu a vi ao longo de vários carnavais e até o final dos anos 60. Depois passei a não mais ir à cidade no carnaval e um dia, por conta do ofício, nos anos 70, trabalhando na estrutura do carnaval -  passei pela Rio Branco e dela me lembrei. Não estava mais lá. 
Quem era, porque fazia aquilo, nunca disse, nunca ninguém soube. Tentei muitas vezes recuperar uma imagem dela, uma figura emblemática do carnaval carioca e esse ano consegui. E resolvi compartilhar essas memórias.

QUEM CONHECEU? QUEM LEMBRA?
 Doces tempos do carnaval carioca da minha infância.

em pé (!)  no parapeito

e o saquinho com  a malha tricotada


3 comentários:

  1. Personagens que ficaram prá trás.
    E sem registro, vão sumir da memória.

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  2. Paulo, como vai? Meu marido era um apaixonado pelo carnaval da velha Cinelândia. Eu até desistia de ir com ele, porque durava muito tempo aquela contemplação de tipos bizarros e engraçados que passavam por ali. Um deles era a Mulher do Tricot, um mistério. Suas postagens, seu amor pelo Rio, são admiráveis. Fiquei feliz de reencontrá-lo. Um abraço.

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