É CARNAVAL!
Poetas do Estácio criam nova forma de tocar samba e mudam o carnaval
Armando Marçal, Paulo e Alcebíades Barcelos, o Bide entre as pastoras: fundadores da Deixa Falar
O bairro do Estácio marcou seu nome na história pela criação da primeira escola de samba do país, a Deixa Falar.
Mas sua importância não se resume a isso. Os bambas da região mudaram a forma de fazer samba e influenciaram o gênero de forma definitiva, determinando o modo de se brincar carnaval que conhecemos até hoje.
Durante os anos 20, a região era o berço da boemia carioca. Reduto da batucada e dos terreiros de candomblé, o Estácio atraía intelectuais, malandros, trabalhadores braçais, profissionais liberais, prostitutas e música... muita música.
Por lá alguns compositores despontavam com um samba marcado, mais acelerado: “o samba de sambar”, diferente do praticado pela turma de Donga, Caninha e Sinhô, dançado nos salões num ritmo mais lento, semelhante ao maxixe.
Foi com esse compasso moderno que um grupo do Estácio criou em 12 de agosto de 1928 a Deixa Falar, a primeira escola de samba do país. Era um bloco, mas chamado de escola por seus próprios fundadores: Ismael Silva, Bide, Mano Rubem, Marçal, Paulo Barcellos e Brancura, entre outros. Eles se diferenciavam das outras agremiações carnavalescas pela organização: tinham diretoria própria, com cada membro responsável por uma função; e não permitiam a entrada de integrantes forasteiros em suas alas.
Cada sócio pagava 5.000 réis de mensalidade, e a sede ficava na casa de um sargento da polícia — quase uma ironia, já que os órgãos públicos ainda perseguiam as manifestações carnavalescas.
Entre 1929 e 1931, a Deixa Falar fez desfiles memoráveis como bloco pela Praça Onze e pelo Estácio. Três ou quatro sambas eram tocados, com refrão e um solista improvisando o restante dos versos.
Em 1932, o jornal “Mundo Sportivo” organizou o primeiro concurso entre escolas de samba. Mas a Deixa Falar não quis participar – preferiu se inscrever na competição dos ranchos, mais prestigiada na época. O desfile foi desastroso, e a agremiação nem foi classificada. Passado o carnaval, a Deixa Falar entrou em crise e enrolou a bandeira no mesmo ano. Mas serviu de exemplo para outras agremiações. Formou alunos, fez escola. E entrou para a história.
A Deixa Falar não deixou apenas o ritmo mais acelerado e marcado de seu samba. Outra importante herança está até hoje nas baterias das escolas de samba: o surdo, introduzido por Bide, na época feito com uma lata grande e redonda de manteiga, dois aros e um couro esticado. Usado em orquestras até então, o instrumento ajudava no desfile para manter a cadência e podia ser ouvido por todos os componentes — não existia sistema de som antigamente na Praça Onze.
Outro clássico da bateria, a cuíca também tem um pai do Estácio. Foi João da Cuíca que colocou pela primeira vez o instrumento nos desfiles, quando os jornais ainda o chamavam de “puíta”, o instrumento que emitia um “som diferente”.
A Deixa Falar não deixou apenas o ritmo mais acelerado e marcado de seu samba. Outra importante herança está até hoje nas baterias das escolas de samba: o surdo, introduzido por Bide, na época feito com uma lata grande e redonda de manteiga, dois aros e um couro esticado. Usado em orquestras até então, o instrumento ajudava no desfile para manter a cadência e podia ser ouvido por todos os componentes — não existia sistema de som antigamente na Praça Onze.
Outro clássico da bateria, a cuíca também tem um pai do Estácio. Foi João da Mina que colocou pela primeira vez o instrumento nos desfiles, quando os jornais ainda o chamavam de “puíta”, o instrumento que emitia um “som diferente”.
Fonte: Carnaval Histórico/ExtraOnline
O bairro do Estácio marcou seu nome na história pela criação da primeira escola de samba do país, a Deixa Falar.
Mas sua importância não se resume a isso. Os bambas da região mudaram a forma de fazer samba e influenciaram o gênero de forma definitiva, determinando o modo de se brincar carnaval que conhecemos até hoje.
Durante os anos 20, a região era o berço da boemia carioca. Reduto da batucada e dos terreiros de candomblé, o Estácio atraía intelectuais, malandros, trabalhadores braçais, profissionais liberais, prostitutas e música... muita música.
Por lá alguns compositores despontavam com um samba marcado, mais acelerado: “o samba de sambar”, diferente do praticado pela turma de Donga, Caninha e Sinhô, dançado nos salões num ritmo mais lento, semelhante ao maxixe.
Foi com esse compasso moderno que um grupo do Estácio criou em 12 de agosto de 1928 a Deixa Falar, a primeira escola de samba do país. Era um bloco, mas chamado de escola por seus próprios fundadores: Ismael Silva, Bide, Mano Rubem, Marçal, Paulo Barcellos e Brancura, entre outros. Eles se diferenciavam das outras agremiações carnavalescas pela organização: tinham diretoria própria, com cada membro responsável por uma função; e não permitiam a entrada de integrantes forasteiros em suas alas.
Cada sócio pagava 5.000 réis de mensalidade, e a sede ficava na casa de um sargento da polícia — quase uma ironia, já que os órgãos públicos ainda perseguiam as manifestações carnavalescas.
Entre 1929 e 1931, a Deixa Falar fez desfiles memoráveis como bloco pela Praça Onze e pelo Estácio. Três ou quatro sambas eram tocados, com refrão e um solista improvisando o restante dos versos.
Em 1932, o jornal “Mundo Sportivo” organizou o primeiro concurso entre escolas de samba. Mas a Deixa Falar não quis participar – preferiu se inscrever na competição dos ranchos, mais prestigiada na época. O desfile foi desastroso, e a agremiação nem foi classificada. Passado o carnaval, a Deixa Falar entrou em crise e enrolou a bandeira no mesmo ano. Mas serviu de exemplo para outras agremiações. Formou alunos, fez escola. E entrou para a história.
A Deixa Falar não deixou apenas o ritmo mais acelerado e marcado de seu samba. Outra importante herança está até hoje nas baterias das escolas de samba: o surdo, introduzido por Bide, na época feito com uma lata grande e redonda de manteiga, dois aros e um couro esticado. Usado em orquestras até então, o instrumento ajudava no desfile para manter a cadência e podia ser ouvido por todos os componentes — não existia sistema de som antigamente na Praça Onze.
Outro clássico da bateria, a cuíca também tem um pai do Estácio. Foi João da Cuíca que colocou pela primeira vez o instrumento nos desfiles, quando os jornais ainda o chamavam de “puíta”, o instrumento que emitia um “som diferente”.
A Deixa Falar não deixou apenas o ritmo mais acelerado e marcado de seu samba. Outra importante herança está até hoje nas baterias das escolas de samba: o surdo, introduzido por Bide, na época feito com uma lata grande e redonda de manteiga, dois aros e um couro esticado. Usado em orquestras até então, o instrumento ajudava no desfile para manter a cadência e podia ser ouvido por todos os componentes — não existia sistema de som antigamente na Praça Onze.
Outro clássico da bateria, a cuíca também tem um pai do Estácio. Foi João da Mina que colocou pela primeira vez o instrumento nos desfiles, quando os jornais ainda o chamavam de “puíta”, o instrumento que emitia um “som diferente”.
Fonte: Carnaval Histórico/ExtraOnline
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