segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

100 anos da Casa Turuna

Os foliões mais tradicionais ou as pessoas que costumam frequentar a Saara, região de comércio popular do Centro do Rio de Janeiro, conhecem bem a mais tradicional casa de venda de fantasias do Rio de Janeiro, a Casa Turuna.

O que muitos não conhecem talvez seja a longevidade do estabelecimento
que, este ano, completa 100 anos.


1921


CASA TURUNA, 105 ANOS DE CARNAVAL. Uma... - Suvaco do Cristo ...


A Casa Turuna surgiu em 1915, da iniciativa de dois imigrantes portugueses. Apesar de investirem em tecidos e outros artigos para casa, as fantasias eram o destaque principal da loja. Isso, provavelmente, se devia à localização do estabelecimento: a Praça 11, lugar tradicional no desfile de cordões carnavalescos no começo do século 20.

O nome Turuna surgiu graças ao bloco dos Turunas, que desfilava na região. O nome pegou porque um dos donos da loja também tinha o apelido de "Turuna", que significa valentão, de acordo com o vocabulário da época.

A proximidade entre as famílias dos dois imigrantes portugueses fez com que o filho de um dos sócios se casasse com a filha de outro, tornando a loja um empreendimento familiar, como permanece até hoje.

Além da Praça 11, a Casa Turuna passou pela Rua da Alfândega até chegar ao local que ocupa desde a década de 40, na esquina da Rua Senhor dos Passos com Avenida Passos, na Saara.

O carnaval é onde está a tradição da loja. Ela vende tecidos e fantasias durante ano todo, mas o forte é o carnaval. É onde está a tradição dela. Templo das fantasias , na Casa Turuna tudo o que brilha e tem cor forte sai como água: chitões, brocados, lamês. E há, também, pedras e lantejoulas de todos os formatos e tamanhos.

A loja hoje é de propriedade de Marcelo Servos, bisneto dos fundadores e trabalha com a variedade de fantasias, da colombina às temáticas anos 60, os tradicionais piratas ou presidiários, as tendências de moda e mais pedidas como a Branca de Neve e Mulher Maravilha.
Chapéus, plumas, máscaras,
perucas e até macacões de vaca,
pendurados no teto
e espalhados por toda a loja,
lembram alegorias de escolas de samba;
a concentração de pessoas ali dentro
com certeza se assemelha a de um bloco.



Marcelo Servos, o atual administrador da Casa Turuna, abraçado com manequins com fantasias de Chiquinha e anjo (Foto: Cristina Boeckel/ G1)



Mas a sucessão familiar na Casa Turuna deve parar em Marcelo Servos.
Marcelo Servos trabalha na loja da família há 30 anos, mas suas lembranças relacionadas ao lugar são muito mais antigas. 

“Comecei com 16 anos de idade e hoje estou com 46. 
A minha lembrança mais antiga relacionada a loja é, 
desde pequeno, vir brincar aqui”.


 A família tem apenas um sobrinho, que não se interessa pelo trabalho no comércio. Ele acredita que, após sua aposentadoria, a loja fechará ou será vendida.





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