sábado, 29 de novembro de 2008


A praça é a antiga Praça do Hipódromo Nacional, que mais tarde passou a se chamar praça Castilho França - nome que jamais foi usado pelos tijucanos. Ela recebe o nome em homenagem ao ex-presidente da República, Affonso Penna.
Affonso Augusto Moreira Penna foi abolicionista desde menino. Discutia com o capataz da mineração de ouro do seu pai, sempre pedindo-lhe melhor tratamento aos escravos, aé que obteve a permissão para determinar ao capataz que as escravas após o 6º mês de gravidez, fizessem apenas trabalhos leves, como lavar e cozinhar. Quando jovem, já diplomado, sempre manteve correspondência com Castro Alves, com foco na abolição da escravatura e como Ministro do Império, assinou a Lei dos Sexagenários.
Mais tarde, afastado da política, foi chamado pelo Governo de Minas Gerais para defender o estado numa disputa judicial. Após ganhar a causa, o Presidente do Estado de Minas Gerais – João Pinheiro - perguntou-lhe sobre o valor dos honorários. Affonso Penna respondeu-lhe que jamais cobraria serviços ao seu estado natal, que era seu dever defender Minas Gerais, gratuitamente. Então, o Presidente do estado indagou a outros advogados o valor habitual dos honorários para o serviço prestado por Affonso Penna e enviou-lhe o pagamento. Affonso Penna usou este valor para a compra de um terreno em Belo Horizonte, doando-o para a construção da Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais (antiga Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais, sediada em Ouro Preto), que é denominada "a vetusta casa de Affonso Penna".
Entre outros, exerceu os cargos de: Conselheiro e Ministro de três pastas do Império (Agricultura e Viação, Guerra e Justiça), Deputado Estadual de Minas Gerais, Deputado Geral pelo Partido Liberal, Senador, Presidente do Banco da República (atual Banco do Brasil), Presidente do Estado de Minas Gerais, Presidente do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte (cargo correspondente ao de Prefeito).Vice-Presidente e Presidente da República.

Em eleição direta recebeu 288.285 votos para Presidente da República. Antes de tomar posse, fez longa viagem a vários Estados das diversas regiões do país. Seu objetivo era ouvir e observar os problemas de cada Estado, para mais tarde, no exercício do cargo de Presidente, bem discernir as melhores alternativas de soluções.
O espírito de trabalho incansável acompanhou diariamente Affonso Penna no cargo de Presidente da República, como atestam as inúmeras obras efetuadas em somente 2 anos, 6 meses e 29 dias de governo.
Não parou de trabalhar, mesmo acometido de forte pneumonia. O agravamento desta doença, conjugado com desgostos sofridos(falecimento de um irmão querido e do seu filho Álvaro aos 25 anos de idade), levou-o a falecer.

Em seu leito de morte, no Palácio do Catete, Affonso Penna murmurou ao ouvido do ilustre médico Dr.Miguel Couto, a síntese dos valores maiores da sua vida:“DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE”.

Mineiro, de Santa Bárbara do Mato Dentro (hoje apenas Santa Bárbara), Affonso Augusto Moreira Penna nasceu no dia 30 de novembro de 1847 e faleceu em 14 de junho de 1909, no Palácio do Catete , hoje sede do Museu da República.
****************
Agradecimentos a Affonso Augusto Moreira Penna , bisneto de Affonso Penna, pela extensa biografia gentilmente fornecida, da qual reproduzimos alguns trechos neste post e no de amanhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente! Seja bem-vindo!